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Esta técnica pode dobrar a sua capacidade de memorização

Com esta tática, é como se você pudesse colar na prova, só que a "cola" está na sua mente, segundo especialista

Como não esquecer? (./Thinkstock)

Como não esquecer? (./Thinkstock)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 2 de abril de 2017 às 06h00.

Última atualização em 2 de abril de 2017 às 11h59.

São Paulo - Em 10 minutos, Vitor Ribeiro, coach de preparação para concursos públicos e criador do canal do Youtube Estratégias de Aprovação, diz conseguir ensinar para seus clientes uma das técnicas de memorização mais eficazes de que se tem notícia.

Chamada de Palácio da Memória - ou também de método de loci - a tática foi criada na Grécia Antiga e facilita significativamente a habilidade do cérebro de recobrar informações e conceitos. É uma das preferidas de quem participa de campeonatos de memória.

“A gente costuma brincar que usar técnica de memorização é como ter a chance de colar em uma prova, só que a ‘cola’ está na cabeça”, diz Ribeiro.

Pesquisadores da universidade de Radboud, na Holanda, descobriram que depois de 40 dias de treinamento de 30 minutos usando o Palácio da Memória, a capacidade de memorização de participantes do estudo mais que dobrou de tamanho.

Tudo isso foi medido e quantificado pelo estudo. De uma lista de 72 palavras, as pessoas passaram a memorizar, em média, 62. Antes da temporada de treinamento, elas se lembravam de uma média de 26 palavras, segundo a pesquisa.

“Essa pesquisa mostra a importância do treinamento da memória. Qualquer pessoa pode melhorar a sua capacidade”, diz Ribeiro. Ele explica que são três as chaves que dão acesso à memória: aprendizado, repetição e técnicas de associação.

Para que um estudante se lembre de algum conceito, é preciso, em primeiro lugar, que ele o entenda. Sem aprendizado não há memorização. A repetição também é importante. Repetir uma ação ou um trajeto ou ainda revisar o conteúdo aprendido numa aula (várias vezes) também ajuda a fixa-lo na memória.

Lançar mão de métodos de associação famosos como o Palácio da Memória é a terceira chave. Confira como essa técnica funciona:

1º Decida qual é o seu palácio

O primeiro passo é decidir qual será o seu palácio. Qual espaço você vai usar. Você pode escolher um lugar, como a sua casa por exemplo, ou o escritório em que você trabalha ou ainda um trajeto, que você faz todos os dias.

É mais fácil usar um espaço que você já conheça bem, mas você também pode imaginar um, se preferir. O que é importante é que você possa fechar os olhos e conseguir visualizar o ambiente - ou o trajeto – como todos os seus elementos.

2º Escolha os elementos-gancho do palácio que você vai utilizar

“O método usa como apoio a jornada por local que você já domina e escolha elementos gancho em uma ordem específica”, diz Ribeiro.

Esses elementos podem ser os móveis e objetos que você encontra caminhando da sala para o quarto, ou as lojas e estabelecimentos que você encontra no caminho do trabalho para casa.

Suponha que você tivesse escolhido cinco elementos-gancho percorrendo o escritório da sua empresa: 1º uma impressora, 2º um botijão, 3º uma máquina de café, 4º um bebedouro e um 5º caixa eletrônico. Esses serão os elementos-gancho e essa é a ordem definida.

3º crie associações entre os elementos e os conceitos de que quer se lembrar

A partir da associação entre elementos-gancho citados no tópico anterior, Ribeiro ajudou EXAME.com a memorizar os cinco fundamentos da República Federativa do Brasil, dispostos no Artigo 1º da Constituição: soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa, pluralismo político.

A soberania é associada ao primeiro elemento-gancho que é a impressora: “ imagine que você está andando pelo escritório e vê a impressora imprimindo fotos de um soberano”, sugeriu o coach.

Em seguida, o botijão é associado ao fundamento da cidadania. “Imagine que você está vendo dois cidadãos brigando pelo botijão, porque o gás está caro”, diz Ribeiro.

O terceiro elemento-gancho é a máquina de café que deve ser associada à dignidade da pessoa humana. “Pense que ao chegar à máquina de café você encontre uma pessoa ali dentro servindo um café atrás do outro sem nunca parar, trabalhando tanto que chega a perder a dignidade”, diz.

Para associar o bebedouro ao quarto fundamento, que são os valores sociais do trabalho, a saída foi imaginar que do bebedouro saíam notas de vários valores diferentes, em vez de água.

Por fim, o caixa eletrônico é ligado pluralismo político imaginando que no caixa eletrônico, políticos de diferentes partidos disputavam a tapa o dinheiro que de lá jorrava.

4º Percorra o palácio e visualize as cenas que criou

É hora de fechar os olhos, andar pelo palácio da memória e presenciar cada uma das cenas imaginadas.
Quanto mais estranhas e/ou engraçadas as cenas forem, mais facilmente você se lembrará delas e consequentemente dos conceitos associados. “Em um minuto e meio de revisão é possível recordar até 25 itens”, diz o coach.

Segundo Ribeiro, o Palácio da Memória pode ajudar diferentes perfis de estudantes. Serve, por exemplo, para guardar conceitos de Direito, fórmulas matemáticas ou regras de biologia. “Também já vi ser utilizado para memorizar uma apresentação sem usar notas”, conta Ribeiro.

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