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Essa é a lição mais valiosa que a arte reserva para empreendedores

Saiba como pinturas e esculturas podem ajudar empresários a serem muito mais do que criativos com os seus negócios

Fabrício Guimarães, cocriador da Be180: “Escute, mas escute-se no fim” (Fabrício Guimarães/Divulgação)

Fabrício Guimarães, cocriador da Be180: “Escute, mas escute-se no fim” (Fabrício Guimarães/Divulgação)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 12h26.

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Por Fabrício Guimarães*

“Para fazer arte tem que conversar, ouvir opiniões, falar com todo mundo. E no fim, fazer só o que você quer.” Foi esse o conselho do artista, no final da oficina de arte que frequentei nesse semestre. Éramos em 7, 6 artistas e eu, um empreendedor em “exílio”. Chamo de exílio, porque era um ambiente deslocado do convencional para mim. A língua falada era outra, os requisitos e as vivências também. Um lugar de solidão compartilhada, já que o artista tem uma capacidade singular de se manter em si, ao mesmo tempo em que entrega o seu ao outro, de forma generosa, através de sua obra.

Busquei esse exílio no meio da minha rotina de negócios, na intenção de esvaziar. Esvaziar para encher. Essa sabedoria de vida amadureceu para mim e, deste então, tento ser disciplinado quanto a isso. É uma forma de baixar a música e me ouvir, de limpar a neblina e de ficar no presente.

Já disseram que a imaginação é mais importante que o conhecimento - como um empreendedor curioso, diria então que do nada surge o tudo (big bang).

Fui me exilar na arte, porque assim como no empreendedorismo, ela carrega em si o vigor da vida. Uma capacidade de deslocar o ponto de atenção e de brincar com as expectativas que geram um lugar de descontrole programado, onde a mente fala à mente com emoção e razão. Onde ouvimos o que não foi dito e contemplamos o invisível. Despertamos notas desconhecidas. Lembranças há muito esquecidas retornam com um novo significado. Esperanças sufocadas pelo medo, desejos que não ousamos reconhecer apresentam-se revestidos de nova glória.

Tom Standage, em seu artigo The World Ahead 2025, publicado na Economist, define 2025 como o ano das expectativas. Ele lista as dez tendências para se observar, passando pelas mudanças na política americana, as possíveis trocas de poder nos demais países, as criptos, as crises fronteirísticas, os problemas do clima, o clean tech boom, as questões do envelhecimento e da saúde, o crunch com a inteligência artificial, e termina falando sobre uma vida de supressas pela frente.

Tudo isso é verdade, e veem por aí. Mas, como aconselhou o artista: converse, escute, fale com todo mundo e no fim faça o que quer fazer.

Nossa sociedade fala muito sobre a sobrevivência do mais hábil, a vitória do mais forte e o sucesso do mais esperto. E por isso tentamos ser os mais hábeis, os mais fortes e os mais espertos – de um modo ou de outro. E quando nos vemos menor do que isso em qualquer situação, tememos a perda, porque aprendemos que ser menos é ser perdedor.

E então é claro que escolhemos a ação que o medo justifica. Mas é isso o que você realmente quer fazer? Se 2025 é um ano de expectativas, todas as cartas estarão na mesa.

É importante deixarmos de lado os pensadores bem-intencionados, mas mal-informados, e ouvir a si próprio. Todos temos uma sabedoria individual, todos somos artistas, criadores e empreendedores de nós mesmos.

A voz interior é mais alta e a mais acessível, porque é a mais próxima de cada um de nós. Tento me lembrar disso todo o tempo.

Fabrício Guimarães é formado em marketing com especialização na Universidade de Stanford, cocriador da Be180 (mediatech de estratégias de mídia exterior para publicidade), da Musa e do Instituto Terra Livre.

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