Erros e acertos num processo seletivo (MorgueFile)
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2014 às 12h48.
Em meio ao tráfego frenético paulistano, um ônibus estampava a seguinte mensagem:
“ESSA É A COPA DE TODO MUNDO!”
Com a função publicitária, a mensagem aproxima-se do uso, da oralidade; em outras palavras, a expressão privilegia a coloquialidade. No entanto, se houver a análise dos quesitos de língua-padrão, surgem dois interessantes pontos.
O pronome demonstrativo, nos tempos presente ou futuro, deve fazer o uso da forma com a letra “t”:
“Neste ano, nesta época, nesta Copa, vence a melhor equipe!”
“Esta (a competição do presente) é a nossa Copa!”
Ademais, outra palavra que merece análise gramatical é “todo”. Tal termo, estando desacompanhado de artigo (significando “qualquer”, “cada”) é classificado como pronome indefinido; Vejamos os exemplos:
“Trabalhamos todo dia (qualquer dia, cada dia).”
“Todo poeta é um fingidor (qualquer poeta).”
Em outra perspectiva, caso haja a presença de artigo, “todo” expressa a ideia de totalidade, classificando-se como adjetivo. Notemos:
“Trabalhamos todo O dia (o dia inteiro).”
“Todo O país está em luto (o país inteiro).”
E no plural? Existe o mesmo raciocínio? Não, pois o artigo, igualmente no plural, é obrigatório:
“Trabalhamos todos OS dias.”
“Todos OS países estão em luto.”
É superinteressante a lembrança de que jamais deve ser utilizada a expressão “todos os dois”, em função da existência do numeral “ambos”. Assim sendo:
“Após as eleições, ambos os países (e não “todos os dois”) estão em luto.”
Por fim, quanto à mensagem inicial deste texto, seguindo critérios gramaticais normativos, diz-se, no presente do indicativo, que “ESTA É A COPA DE TODO O MUNDO - DO MUNDO INTEIRO!”.
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