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Como vitaminar a dieta relaxada dos executivos?

Saiba como tirar proveito dos suplementos vitamínicos para corrigir os efeitos de uma alimentação desregrada e obter mais energia e disposição

Ciro de Almeida, gerente de remuneração: suplementos vitamínicos como forma de contrabalançar os erros alimentares (Omar Paixão/EXAME.com)

Ciro de Almeida, gerente de remuneração: suplementos vitamínicos como forma de contrabalançar os erros alimentares (Omar Paixão/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 18h05.

São Paulo - Atualmente, 13% dos brasileiros das classes A, B e C consomem algum suplemento vitamínico. Entre 2009 e 2010, esse mercado cresceu quase 25%. Os números dão a medida do grau de penetração desse tipo de produto no país e da velocidade com que cresce esse mercado, impulsionado pela dificuldade que muitos têm de manter uma alimentação correta em função de uma rotina atribulada.

As avaliações feitas ao longo de dez anos pela consultoria em saúde corporativa CPH Health com 194 600 pessoas confirmam esse quadro. Os resultados mostram que 56,2% da população executiva tem uma dieta nutricionalmente pobre e 75,4% negligenciam aquela que é considerada por muitos especialistas como a principal refeição do dia — o café da manhã. 

Além dos polivitamínicos que reúnem todas as vitaminas, campeões de vendas no país, os laboratórios vêm lançando produtos com fórmulas segmentadas para determinados grupos. É o caso do Centrum Select, da Pfizer, voltado para pessoas em idade madura. Ele contém doses extras das vitaminas A e E e dos minerais cobre, cromo, manganês, molibdênio e selênio, além da adição de luteína.

Todas as substâncias, consideradas antioxidantes, combatem o envelhecimento celular. Já o laboratório Cimed lançou o Voxx Mix Mulher, que, segundo o fabricante, é indicado para mulheres com dia a dia estressante, carentes de zinco e das vitaminas C e D. Já o Voxx Mix Ostramix é rico em cálcio e vitamina D e destinado à prevenção da osteoporose.

Além dos suplementos, também têm feito sucesso nas farmácias as cápsulas de ômega 3, substância que previne os problemas cardiovasculares, e as pílulas de licopeno e vitamina E, cujas propriedades combatem os radicais livres e o envelhecimento precoce. 

Para a médica nutróloga Sandra Fernandes, da Associação Brasileira de Nutrologia, a suplementação de alguns nutrientes específicos é válida quando não há uma alimentação balanceada. Mas ela faz uma advertência: os suplementos têm quantidades padronizadas de vitaminas, enquanto a necessidade de cada uma dessas substâncias varia de pessoa para pessoa.

Por isso, o consumo acima do necessário de algumas vitaminas que se depositam no organismo, como A, D, E e K, pode ter efeitos colaterais e até fazer mal à saúde. “Mesmo a vitamina C consumida em excesso, que é eliminada na urina em condições normais, pode provocar cálculos renais em pessoas com predisposição para o problema”, diz Sandra. 

A vice-presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, Sílvia Cozzolino, alerta para outro ponto: a competição na absorção de algumas vitaminas e minerais. “O excesso de zinco no organismo pode prejudicar a absorção de outros nutrientes, como o cobre.” O resultado é que, em vez de melhorar o equilíbrio desses micronutrientes, o paciente pode piorar a carência de algumas substâncias ao tomar o suplemento de vitaminas e minerais.


Por isso, o melhor é procurar a orientação de um nutricionista ou médico nutrólogo antes de começar a tomar um desses produtos, para fazer exames que identifiquem as reais carências nutricionais de seu corpo. Outra dica é dar preferência aos produtos que fornecem até 50% da necessidade diária de cada micronutriente. “Com isso, já se reduz o risco de uma megadose”, diz Sílvia Cozzolino.

Duas frutas por dia

Apesar do sucesso dos suplementos entre os executivos, os especialistas insistem que nenhuma dessas formulações substitui uma alimentação saudável. “As vitaminas industrializadas podem ser um complemento apenas provisório, até porque não são processadas da mesma forma pelo organismo”, afirma Caio Soares, diretor médico da Omint, operadora de planos de saúde pessoais e corporativos.

Segundo ele, com algumas atitudes simples é possível mudar significativamente a qualidade da alimentação de uma pessoa. E, para que a mudança de hábitos tenha sucesso, a primeira dica é estabelecer metas pequenas, fáceis de cumprir. “Uma delas pode ser o compromisso de comer duas frutas por dia.

Além de assegurar a ingestão da quantidade adequada de fibras e vitaminas, o consumo diário de duas frutas reduz o risco de obesidade e de problemas cardiovasculares”, diz. Outra ideia é deixar de comer manteiga. “O consumo diário de manteiga durante dez anos aumenta em 50 vezes o risco de doença coronariana”, afirma Caio. Mudanças simples, porém de grande impacto em termos de melhora da qualidade de vida e prevenção de doenças.

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