Estagiária de jornalismo
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 14h45.
Algumas empresas têm atribuído à inteligência artificial a responsabilidade por ondas de demissões.
No entanto, para o professor Thomas Roulet, especialista em sociologia organizacional da Universidade de Cambridge, o verdadeiro fator por trás desses cortes é a hesitação das companhias em tomar decisões diante de um cenário instável.
Apesar de alegarem que a automação e a IA generativa tornam funções obsoletas, especialmente nos setores de tecnologia e serviços profissionais, muitas empresas usam essa justificativa para mascarar as incertezas.
Roulet, afirma que as companhias estão relutantes em realocar talentos ou manter equipes diante de transformações rápidas, optando por medidas defensivas e cortes preventivos.
Em uma publicação no LinkedIn, o professor escreveu: “ouvimos falar muito sobre empresas demitindo funcionários enquanto culpam a IA, mas a perspectiva mais ampla é que as empresas estão relutantes em tomar decisões de recursos humanos com um nível tão alto de incerteza”. As informações foram retiradas de Business Insider.
Empresas que se posicionam como "AI-first" vêm promovendo cortes como parte de um reposicionamento interno.
A xAI, de Elon Musk, reduziu em um terço sua equipe de anotadores de dados para multiplicar por 10 o número de especialistas em IA voltados ao treinamento do sistema Grok.
Outra companhia, a Snorkel AI, cortou 13% de seus funcionários, priorizando áreas relacionadas ao desenvolvimento de IA e descontinuando funções consideradas mais antigas.
Essas movimentações demonstram que os cortes não estão apenas relacionados à automação, mas sim à redistribuição de foco estratégico.
Apesar da pressão por inovação, o investimento necessário para escalar o uso da IA generativa ainda é alto.
As companhias enfrentam gastos com centros de dados, chips, consumo de energia e treinamento de modelos, o que exige ajustes operacionais e de pessoal.
O medo de tomar decisões erradas leva muitas empresas a adotar posturas conservadoras em vez de transformações radicais, mesmo em áreas promissoras.
A IA torna-se, assim, um pretexto conveniente diante de uma reorganização que já seria difícil em qualquer cenário. Roulet destaca que entender essa hesitação é essencial para planejar o futuro do trabalho.
Para o pesquisador, o desafio não está apenas na adoção da tecnologia, mas na capacidade das empresas de integrar inovação com decisões humanas sustentáveis e realistas.
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