Jornada de trabalho padrão na Índia é de 46,7 horas por semana. No Brasil, 44 horas (praetorianphoto/Getty Images)
Repórter colaborador
Publicado em 11 de dezembro de 2024 às 08h47.
Um provedor de serviços móveis para spas na Índia alega que um e-mail, que parecia anunciar a demissão de funcionários que admitiram burnout, era, na verdade, parte de um esforço elaborado para aumentar a conscientização sobre o estresse no local de trabalho.
Na terça-feira, a empresa chamada YesMadam disse que o suposto golpe de marketing foi secretamente projetado para estabelecer a base para o lançamento da primeira "Política de Licença para Desestressar" do país, que daria aos funcionários tempo de licença remunerada para saúde mental, segundo a Fortune.
Além disso, a YesMadam também planejou introduzir um novo programa chamado "Happy 2 Heal", que oferecia massagens e sessões de spa para ajudar a equipe a relaxar.
A controvérsia começou quando uma captura de tela de um e-mail enviado à equipe da YesMadam pela gerente de recursos humanos rapidamente circulou nas redes sociais na segunda-feira.
A mensagem mostrava que a empresa havia conduzido uma pesquisa para entender melhor o estresse no local de trabalho, observando que valorizava e respeitava os muitos funcionários que compartilhavam suas preocupações com a gerência.
"Como uma empresa comprometida em promover um ambiente de trabalho saudável e favorável, consideramos cuidadosamente o feedback", ela os informou. “Para garantir que ninguém permaneça estressado no trabalho, tomamos a difícil decisão de nos separar de funcionários que indicaram estresse significativo.”
A YesMadam se desculpou em uma publicação no LinkedIn por enganar as pessoas a pensar que isso chegaria a “um passo tão desumano”, dizendo que ninguém foi demitido. Na verdade, foi o oposto: eles tiveram uma pausa para se recompor e foram encorajados a liberar seu estresse.
A gerente acrescentou que a YesMadam queria liderar o caminho na criação de uma cultura corporativa que provasse que empresas fortes são construídas por funcionários felizes.
“Para aqueles que compartilharam comentários raivosos ou expressaram opiniões fortes, dizemos ‘obrigado’”, continuou. “Quando as pessoas falam, isso mostra que elas se importam — e o cuidado está no cerne do nosso negócio.”
Talvez sem surpresa a Índia também está nas últimas colocações do do Índice Mundial de Felicidade, classificando-se em 126º lugar entre 143 países, com uma tendência de queda acentuada nos últimos vinte anos. Em novembro passado, um relatório do McKinsey Health Institute revelou que os indianos sofreram a maior taxa de esgotamento do mundo.