Embora tenha avançado, a presença de mulheres em cargos de liderança ainda está longe de encontrar um equilíbrio no Brasil (mohamed_hassan/Pixabay/Divulgação)
Jornalista
Publicado em 1 de julho de 2021 às 14h25.
Última atualização em 1 de julho de 2024 às 13h44.
Empoderamento feminino. É bastante provável que, com o aumento dos debates sobre diversidade e inclusão nos últimos anos, você tenha se deparado pelo menos uma vez com estas palavras. Mas você sabe, de fato, o que elas significam?
Definido pelo dicionário como a ação de “tornar poderoso”, o termo empoderamento tem a ver com o ato de conseguir domínio sobre a própria vida. Ou seja, estamos falando do ato de conquistar autonomia para a tomada de decisões e para participar ativamente de debates relevantes para si e para a sociedade.
Mas empoderar-se (ou tomar consciência sobre o próprio poder) não é um processo tão simples, especialmente quando falamos de grupos minoritários que, historicamente, encontram mais barreiras sociais na hora de conquistar esse protagonismo. É o caso das mulheres, por exemplo.
Embora tenha avançado nos últimos anos, a presença de mulheres em cargos de liderança ainda está longe de encontrar um equilíbrio no Brasil. Na edição mais recente da pesquisa “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil” o IBGE revela, por exemplo, que apesar de terem um nível educacional mais alto que os homens, as mulheres ainda ocupam menos da metade (37,4%) dos cargos de gerência no país.
Mas enquanto os homens seguem dominando os ambientes corporativos, são elas que protagonizam a tomada de decisão dos chamados “trabalhos invisíveis” (e não remunerados), como o trabalho doméstico ou o cuidado com os filhos. Não à toa, as mulheres chegam a dedicar, em média, 21,4 horas semanais aos serviços domésticos, enquanto os homens não gastam nem 12 horas por semana com essas tarefas, ainda de acordo com o levantamento do IBGE.
Além da necessidade de políticas mais inclusivas, esses dados também ajudam a reforçar a importância do empoderamento feminino para que as mulheres consigam ocupar seus espaços no mercado de trabalho e em outros âmbitos da sociedade — como nas esferas política, econômica e social.
“Se as mulheres não sentirem que pertencem verdadeiramente às empresas onde trabalham, que aquele é o lugar delas, nunca vamos avançar nessa pauta de diversidade”, diz Carolina Cavenaghi, cofundadora da Fin4She, plataforma de conexão para mulheres e marcas com o objetivo de promover a equidade de gênero no mercado.
“Essa é uma jornada que começa em nós mesmas. Muitas vezes, a gente espera que essa mudança venha dos outros (que a sociedade e as empresas mudem os cenários e passem a nos enxergar como protagonistas), mas esse processo está dentro de nós também. A gente precisa lutar e se conectar com nós mesmas para que consigamos buscar por esse espaço”, complementa.
Para ela, o processo de compartilhamento de histórias e experiências entre mulheres é fundamental para esse processo, já que ajuda a aumentar o senso de pertencimento entre as mulheres.
É por isso que, no dia 5 de julho, Carolina estará na Jornada da Super Mulher, um evento promovido pela EXAME Academy com o objetivo de promover esse compartilhamento de histórias e de impulsionar o desenvolvimento pessoal e profissional das mulheres.
Totalmente gratuito, o evento virtual reunirá um time de especialistas em comunicação e desenvolvimento para conversarem sobre temas importantes para esse processo de emancipação feminina entre os dias 5 e 9 de julho.
Veja abaixo os temas dos painéis:
Os encontros fazem parte do Women Empowerment Program (WEP), um treinamento idealizado pela Fin4She em parceria com a EXAME Academy, que também oferece aulas focadas em trabalhar a autoconsciência pessoal e profissional das mulheres.
“Eu me sinto muito feliz e realizada ao participar desse projeto porque sempre aprendo muito. As mulheres contam suas histórias, eu vejo como somos fortes e penso: por que muitas vezes tudo isso fica apagado? Por que a gente tem tanta dificuldade de mostrar as nossas fortalezas?”, questiona.
Carolina conta que o objetivo do projeto é justamente o de combater essa dificuldade que muitas mulheres têm de olhar para a própria história de maneira positiva. “Durante o programa, a gente trabalha muito nesse sentido, para que as mulheres busquem se fortalecer, se conectar e para que consigam se assumir como protagonistas de suas próprias vidas”, conclui.
Veja, abaixo, o depoimento da Daniela Lopes, que já participou de uma das edições anteriores do programa: