Centro de distribuição do Mercado Livre em Cajamar, no interior de São Paulo: (Divulgação/Divulgação)
Victor Sena
Publicado em 15 de abril de 2021 às 20h04.
Dos 7,2 mil novos contratados que o Mercado Livre pretende fazer neste ano de 2021 no Brasil, 2.500 serão de negros. O propósito da empresa é aproveitar sua expansão e necessidade de contratação para a aumentar a igualdade racial dentro da empresa.
O anúncio foi feito na noite desta sexta-feira pela supervisora de Talent Acquisition do Mercado Livre, Ayodele Camargo, em uma live que discutiu a importância de ações afirmativas para incluir pretos e pardos em empresas.
Além de Ayodele, participaram Djamila Ribeiro, mestra em Filosofia Política e considerada uma das 100 mulheres mais influentes do mundo pela BBC e Diego Araujo Santos e Senior Manager de Marketplace do Mercado Livre.
"Quando a companhia faz esse recorte e faz essa reserva de vagas é uma forma de contrapartida social. Ainda que as pessoas digam que está na moda, não é uma questao de moda, mas de necessidade, oportunidade e reconhecimento. Como você coloca essa pessoa para competir em pé de igualdade se eu não reservo uma parcela de vagas para ela?", disse Ayodele Camargo.
Hoje, 38% dos 5 mil colaboradores no Brasil se autodeclaram pretos ou pardos, sendo que apenas 16% dos cargos a partir de gerência são ocupados por estes funcionários. A empresa afirma que ainda é um percentual abaixo do que almeja, mas já representa um aumento de 5 pontos percentuais na comparação com 2020.
O Mercado Livre anunciou na última semana seu plano de dobrar o número de funcionários em 2021 na América Latina. A empresa deve partir de 15.500 para mais de 32 mil.
Nessa expansão, as posições de logística devem ser quadruplicadas e 4 mil empregos adicionados apenas na área de tecnologia.