Carreira

Elektro é a melhor empresa para trabalhar

Ao obter o maior índice de satisfação dos funcionários da história do Guia, a Elektro leva o bicampeonato e mostra que o caminho da felicidade é simples e traz resultados fantásticos

Funcionário da Elektro em Ilhabela (SP): nova filosofia de gestão aumentou o engajamento das pessoas e os resultados da companhia (Andrea Prado / Divulgação)

Funcionário da Elektro em Ilhabela (SP): nova filosofia de gestão aumentou o engajamento das pessoas e os resultados da companhia (Andrea Prado / Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2014 às 22h21.

São Paulo - Quando se fala em empresas dos sonhos para trabalhar, é comum as pessoas citarem multinacionais de tecnologia (com seus ambientes modernos e descolados), gigantes estatais (e suas promessas de carreira estável e aposentadoria farta) e consultorias internacionais (com a perspectiva de crescimento acelerado e remuneração agressiva).

Mas a melhor empresa para trabalhar no Brasil vem de uma área bem diferente, provavelmente menos cobiçada, embora não menos estratégica para o futuro de nosso país e do mundo: distribuição de energia elétrica.

Basta conversar um pouco com os funcionários da Elektro para entender os motivos que levaram a companhia, com sede em Campinas, no interior de São Paulo, a obter a maior nota de satisfação dos funcionários nos 18 anos de pesquisa (98,3) e se sagrar campeã deste guia pela segunda vez.

As pessoas simplesmente amam trabalhar lá. É quase impossível arrancar ao menos uma crítica. “Aqui temos toda a liberdade para expor nossas ideias e dizer o que achamos que está errado. E a empresa se empenha de fato para corrigir”, afirma um empregado.

O clima de democracia fica evidente nas conversas com o pessoal. Do eletricista ao diretor executivo, todo mundo defende seu ponto de vista com entusiasmo e ninguém se acanha em discordar ou debater. Pode parecer natural, mas o fato é que esse ambiente é resultado de um esforço consciente da empresa para colocar as pessoas e suas necessidades em primeiro lugar e criar espaços para que elas sejam protagonistas do negócio e do próprio desenvolvimento.

Uma das ferramentas criadas para suportar essa filosofia é o Conecta, rede social em que pessoas de áreas diversas podem expor seus projetos, trocar ideias e interagir, inclusive com o presidente, Marcio Fernandes. Cada gerência tem sua página, na qual posta dicas e atualidades, fala sobre os conhecimentos necessários para atuar no setor e descreve cargos e funções de toda a equipe.

Quem se interessa pela área pode sinalizar pela própria plataforma o interesse em trabalhar lá. Se surge uma oportunidade, a pessoa é chamada para participar do processo seletivo. O gerente pode até indicar cursos que ela precisa fazer para poder ir para o setor — nesse caso, a empresa chega a subsidiar parte dos custos. “Funciona muito bem. Recebemos alertas automáticos quando aparece uma vaga”, diz uma funcionária.

Outra ferramenta que funciona muito bem é a que permite a análise de desempenho dos profissionais. Todos passam por avaliação formal 180 graus, a partir da qual é feito um plano de desenvolvimento individual. A cada dois anos, o processo é 360 graus, ou seja, os subordinados também avaliam os chefes.

Existe ainda um comitê de avaliação para calibrar esses resultados e minimizar possíveis distorções. Para reforçar a formação dos gestores, a empresa iniciou, no fim de 2013, um projeto chamado Escola de Líderes, que consolidou os vários programas voltados para a liderança que havia até então.

A grade inclui trilhas de formação técnica e comportamental e aborda temas como ­coaching e formação de futuros sucessores. A iniciativa é estendida àqueles que estão se preparando para ocupar cargos de gestão. Atualmente, 70 futuros líderes participam do programa.

Os investimentos em capacitação não param por aí. A companhia gastou 4 milhões de reais no ano passado em treinamento. Esse montante inclui as bolsas oferecidas aos empregados — eles recebem subsídio de até 50% para cursos de graduação e pós. O programa Educadores Elektro também faz sucesso. A empresa mantém 11% do quadro para multiplicar seus conhecimentos, capacitando assim os colegas.

Segundo os funcionários, o modelo é muito interessante porque permite tirar dúvidas fora da sala de aula. “Como o professor também trabalha na empresa, podemos até ligar para fazer perguntas na hora em que estamos colocando o que aprendemos em prática”, diz um empregado.

Uma nova filosofia de gestão e de vida

A preocupação da companhia com o bem-estar e a integridade do time é outro fator que pesa muito na boa avaliação dos funcionários. Para quem trabalha diretamente com as instalações elétricas na rua, a segurança vem em primeiro lugar. O cuidado vai até o nível dos detalhes. “Temos equipamentos de proteção de primeira e recebemos até protetor solar para passar no rosto”, diz um empregado.

Os eletricistas têm liberdade total para não executar uma tarefa se não estiverem se sentindo bem naquele dia, para evitar que a falta de concentração cause acidentes. Além dos exames de check-up de rotina para todos, quem trabalha com as redes de alta-tensão faz ainda eletroen­cefalograma e eletrocardiograma anualmente.

Já os funcionários da área administrativa têm à disposição massagem, ginástica laboral e academia de graça, além de aulas de música e coral. A Elektro patrocina grupos de corrida e tem um programa para incentivar a redução de peso. “Perdi mais de 40 quilos com a ajuda da nutricionista e com o apoio de meus colegas, que me motivaram muito”, diz uma gerente. 

As ações vão além e podem até soar radicais para quem não está acostumado a essa rotina. Às 17 horas, por exemplo, todos os computadores são bloqueados. O acesso só é liberado se o chefe permitir. As luzes se apagam pontualmente às 18 horas.

“O exemplo vem do presidente, que faz questão de estar em casa cedo para cuidar dos filhos”, diz uma funcionária. Segundo um gerente, essa é mais uma evidência de que o reconhecimento da Elektro como uma ótima empresa para trabalhar não é fruto do acaso, mas de uma cultura construída com dedicação.

“Em 2000, as pessoas aqui tinham vergonha de tirar férias ou sair no horário”, diz. Para garantir que esse “jeito de ser” fosse transmitido aos novatos, neste ano, o presidente abriu sua agenda para passar uma tarde com todos que estivessem chegando à empresa. Esse encontro passou a ser parte obrigatória da integração.

Essa filosofia de gestão — como Marcio Fernandes gosta de chamar a cultura da Elektro — traz resultados que vão além da satisfação dos funcionários. De 2011 a 2013, a companhia economizou 93 milhões de reais, aumentou 8% a qualidade do serviço e 10% a energia distribuída. Prova de que cuidar das pessoas traz felicidade não apenas para os empregados mas também para os acionistas.

Conheça as melhores empresas para trabalhar em cada um dos 19 setores. 

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