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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h34.

A carreira de planejador financeiro -- aquele profissional que ajuda você a organizar suas finanças -- está chegando ao Brasil. O Instituto Brasileiro de Certificação de Planejadores Financeiros (IBCPF) vai trazer para o país um selo americano para padronizar o trabalho desses profissionais, em parceria com a Fipecafi, Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuárias e Financeiras da USP.

Mesmo sem regulamentação, esse é um mercado que já está sendo explorado por profissionais oriundos de bancos e empresas estrangeiras. A Mony é uma companhia americana que há 160 anos cuida das finanças de gente mais ou menos endinheirada nos Estados Unidos. Há dois, ela está no Brasil.

Paulo Colaferro, planejador da Mony no país, é o personal trainer financeiro de vários empresários brasileiros. Aqui, ele responde a perguntas que você certamente gostaria de fazer para entender melhor esse trabalho:

Qual é a renda mínima para contratar esse tipo de serviço?

No caso da Mony, para planejamentos de um ano com reuniões mensais, cobramos uma taxa mensal que nunca é inferior a 500 reais. Por isso, acredito que a relação custo-benefício só vale a pena para quem tem rendimentos na faixa dos 10000 reais. Para atendimentos pontuais, como pedidos para indicação e cálculos de fundos de previdência privada, não cobramos nada. Somos remunerados se o cliente adquirir o produto de algum de nossos parceiros. Acredito que com o tempo vão surgir planejadores especializados em faixas de renda mais baixas.

Se vocês recebem por comissão, o cliente não corre o risco de "engolir" um produto à força?

Deixamos o cliente livre para comparar preços no mercado. Ele só adquire o produto que indicamos se quiser. Aliás, esse é um tema que deve sempre ficar muito claro no contrato de prestação de serviços: se a remuneração do planejador será por comissão sobre a venda de produtos ou uma taxa mensal fixa. Assim, evitam-se surpresas desagradáveis.

Ter um planejador garante que a pessoa não vai perder dinheiro?

Nunca. O trabalho do planejador não é investir por você. Ele aconselha e tenta sugerir o melhor portfólio de investimentos com base no seu perfil. Se você preferir aplicações de alto risco, como fundos de ações, está sujeito a perder dinheiro, sim. O que o planejador pode fazer é deixar bem claro os riscos que você estará correndo, além de ajudá-lo a organizar as finanças de maneira geral. Se o planejamento for contínuo, no mínimo uma vez por mês cliente e planejador devem se reunir para revisar o orçamento e a composição dos investimentos.

A quem o cliente pode recorrer caso se sinta lesado?

Não há ainda um órgão que regule a profissão no Brasil. O Procon é a única entidade que pode ajudar até o momento. Esperamos que, com o tempo, o selo do IBCPF se torne uma ferramenta para regular o mercado.

Que formação tem um planejador?

Economia, administração, ciências atuárias ou ainda experiência no mercado financeiro. O importante é conhecer bem produtos financeiros para orientar os clientes.

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