Carreira

Elas no topo: quais são as soft skills em alta para a nova liderança

No evento Agora que São Elas, especialistas e executivos debatem sobre as habilidades humanas mais importantes no mundo moderno

Agora é que São Elas: Dani Graicar, Ana Bavon e Mafoane Odara no estúdio com Larissa Diniz e Daniel Castanho na tela (@hernanmuttoni/Exame)

Agora é que São Elas: Dani Graicar, Ana Bavon e Mafoane Odara no estúdio com Larissa Diniz e Daniel Castanho na tela (@hernanmuttoni/Exame)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 11 de março de 2022 às 17h19.

As pessoas são contratadas pelas habilidades técnicas e demitidas pelos seus comportamentos. Já ouviu essa frase antes? As habilidades comportamentais, ou soft skills, sempre foram relevantes para conseguir um emprego (e se manter nele). 

Mas durante evento Agora é Que São Elas, da Exame em parceria com a Aladas, que ocorreu na terça-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, foi debatido o protagonismo que essas habilidades humanas terão para negócios diversos, inovadores e prontos para o futuro. 

“Se pensar em resumir a modernidade, eu diria que o nosso momento é complexidade. Para lidar com essa complexidade das situações e das relações que a gente tem, tem algumas habilidades muito importantes, não só para o presente, mas que guiarão as empresas para o futuro”, disse Mafoane Odara, líder em Recursos Humanos para América Latina na Meta, nos momentos iniciais do painel “Elas no topo: soft skills em alta”. 

Na conversa, liderada por Dani Graicar, Co-CEO da agência PROS e criadora do Movimento Aladas, a executiva do Meta listou quatro habilidades que acha importantes para o mundo moderno. São: 

  • Resolução de problemas complexos: essa habilidade inclui a capacidade de entender contextos e fazer alinhamentos necessários, entender a melhora forma de conduzir a equipe e aprender com os erros  
  • Negociação: segundo a executiva, nem sempre as mulheres começam ganhando menos, mas ao longo da trajetória negociam mal ou não negociam jamais sua remuneração. Assim, essa habilidade é essencial para avançar na carreira e na equidade  
  • Colaboração: a colaboração é a chave do trabalho inovador no mundo atual. Para a executiva, não existe mais a criação solitária, mas é necessário cooperar com os outros. 
  • Empatia: não é exatamente se colocar no lugar do outro, mas a partir do lugar que você ocupa conseguir promover uma transformação positiva na vida de outra pessoa. 

Além das duas líderes, também participaram do painel Ana Bavon, fundadora da B4People Cultura Inclusiva, Larissa Diniz, gerente geral da Hershey´s na América Latina, e Daniel Faccini Castanho, presidente do Conselho da Ânima Educação. 

Habilidades da nova liderança

No evento do Dia da Mulher, o debate sobre as habilidades em alta coincide com uma mudança no estilo de liderança das empresas. Mesmo que ainda em minoria em posições de liderança, as contratações de mulheres como líderes e especialistas mais que dobraram no último ano.  

Com o impulso pela diversidade no topo, as características que definem um bom líder precisaram mudar. 

Para Daniel Castanho, a figura da liderança mais pragmática e menos humana, que era reproduzida por homens e pelas mulheres que chegavam a altos cargos no século passado, a exemplo da “dama de ferro” Margaret Thatcher, ex-premiê do Reino Unido, está ficando obsoleta. 

“O mundo tem que deixar de ter a predominância da característica masculina, que é a competição, a força, o pragmatismo. Não estou falando de homem ou de mulher, mas características. O que vai acontecer dentro das empresas é que vamos valorizar as características femininas”, disse. 

Segundo Mafoane Odara, esse momento de mudança é importante para ressignificar o que acreditamos ser o conceito de força e de liderança. “A liderança que grita, a do comando e controle, ela morreu. Hoje a liderança é por influência”, diz. 

Especialista em cultura inclusiva, Ana Bavon explica que talentos diversos não ficam em empresas que não possuem um ambiente de segurança psicológica e senso de pertencimento. Quando se cria esse contexto, é possível potencializar a contribuição de pontos de vista diferentes. 

"Soft skill é um conceito intangível e humano. Temos que deixar de lado qualquer conceito de natureza feminina e masculina. Nós temos uma natureza, a humana. Tudo mais é construção e valores que atribuímos às coisas”, explica Ana Bavon. 

O novo conceito de liderança pede por habilidades que possibilitem esse ambiente seguro para qualquer recorte e intersecção de diversidade. 

Esse é um ponto que Larissa Diniz, gerente geral da Hershey´s na América Latina, reforça ao pensar sobre sua trajetória até a posição. Para ela, o ambiente acolhedor para mulheres na empresa, reconhecido pela revista Forbes como o melhor do mundo, é crítico para a igualdade. 

Fora o papel das empresas, ela também vê que ao longo da sua carreira, ter um entendimento dos seus valores e desejos a ajudou a ousar em suas escolhas profissionais. 

“E quando a gente fala da questão de soft skills, eu gosto muito do que comentamos aqui, mas também gosto muito do olhar para dentro. A gente precisa ter o nosso silêncio de autoconhecimento e saber lidar com a própria vulnerabilidade”, disse. 

Veja o painel completo no vídeo abaixo:

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