Carrinho de lquidações (SXC)
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2013 às 14h00.
São Paulo - Dezembro é considerado pelos lojistas o melhor mês para as vendas. E janeiro, o melhor período para as compras dos consumidores. No início do ano as lojas querem se livrar dos estoques de produtos excedentes do Natal e baixam os preços. De acordo com Claudio Gonçalves, economista e consultor da Planning Consulting, em São Paulo, liquidação de verdade é quando os itens são vendidos com, no mínimo, 50% de desconto.
Caso contrário, é apenas uma promoção. "Geralmente, o abatimento nos preços chega a até 80%", diz. Apesar dos preços tentadores, nem sempre vale a pena aproveitar as ofertas, por um simples motivo: a compra vai depender de seu orçamento financeiro. "Se for preciso comprar parcelado, pagando juros, a liquidação perde o sentido", diz Conrado Navarro, consultor de finanças pessoais, de São Paulo. "Se a parcela for ficar apertada no orçamento mensal, o risco é grande de a pessoa não conseguir pagar e ter de arcar com juros ou até mesmo devolver o produto", afirma.
Números recentes de inadimplência mostram que os consumidores têm se empolgado com as compras além do que poderiam. Segundo dados da Serasa Experian, em novembro de 2010 a inadimplência registrou a sétima alta mensal e cresceu 3,5% em comparação com o mês anterior.
Há mais gente acumulando dívidas além de sua capacidade de pagamento. Agora, se o desejo de comprar o produto for irresistível e o único jeito for o parcelamento — e, pior, com juros —, escolha o crédito mais barato. É melhor financiar a compra direto com a loja, que geralmente cobra taxas de juro bem menores.
A questão orçamentária, porém, não é o único cuidado para garantir que a liquidação seja um bom negócio. É preciso ter ideia do preço normal do produto para verificar se o valor anunciado representa mesmo um desconto entre 50% e 80%. "Assim, você não se deixa enganar por falsas liquidações, que são, na verdade, apenas promoções, cujos preços você pode encontrar em outras épocas do ano", diz Conrado Navarro.
No caso de roupas, calçados e acessórios, também vale a dica de comprar itens tradicionais, de cores básicas, para evitar o risco de estarem fora de moda na próxima estação. Descarte as roupas um número menor do que o seu manequim atual devido aos planos de dieta que integram a listinha de promessas de ano-novo. Os especialistas no mundo fashion são quase unânimes em afirmar que esses itens vão mofar no armário.