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Dia da Mentira: 5 erros comuns dos brasileiros em inglês (e uma mentira)

Professor da Companhia de Idiomas dá dicas para não cometer cinco erros de inglês comuns entre os brasileiros

Mentiras
 (alashi/Getty Images)

Mentiras (alashi/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 1 de abril de 2021 às 12h49.

Você provavelmente já deve ter contado alguma mentira ou caído em uma pegadinha no dia primeiro de abril. Mas você sabia que além do Brasil, esta data é comemorada em muitos outros países ao redor do mundo? Em inglês ela é conhecida como April Fools’ Day, ou o Dia dos Tolos de Abril.

Se você está estudando outra língua, também já deve ter sentido medo de parecer bobo ao cometer alguns erros. Parece que existem algumas “pegadinhas" que confundem a gente e nos deixam em dúvida se estamos falando certo ou não.

Então eu selecionei 5 erros comuns de brasileiros que estão estudando inglês. São coisas da língua que até parecem pegadinha. Ah, mas cuidado: um dos erros abaixo é uma mentirinha minha que eu vou contar só no final do artigo - você consegue descobrir qual é?

1. Eu finjo que trabalho duro para conseguir essa promoção.

Se você pretende fazer alguma coisa, jamais diga “pretend”! Isso significa “fingir" em inglês. “I pretend to work hard” é a última coisa que você pode dizer para sua liderança!

Em qualquer outra língua estrangeira existe o que chamamos de “falsos cognatos” ou “falsos amigos”. São palavras que se parecem muito com a nossa língua nativa, mas o significado é totalmente diferente. Veja alguns em inglês:

- To pretend: fingir

- To intend: pretender

- Actually: na verdade

- To push: empurrar

- Tax: imposto

- Library: biblioteca

- Lunch: almoço

- Parents: pais

2. Desculpe, eu errei, e agora quero namorar por isso…

Você já ouviu falar em phrasal verbs? São combinações de um verbo e uma partícula que, juntos, vão adquirir um significado específico (“work out”, por exemplo, significa “exercitar-se” e não “trabalhar fora”). O problema é que dependendo da partícula usada o significado fica totalmente diferente, e isso pode ser um probleminha para os estudantes.

Veja o verbo “to look”, por exemplo:

- Look for: procurar

- Look at: olhar para

- Look after: tomar conta

- Look down: esnobar

Percebe a diferença? É por isso que você deve tomar cuidado com as phrasal verbs, elas podem sim ser uma pegadinha!

E se um dia você quiser dizer que quer compensar alguém por um erro que cometeu, diga “I'm sorry, I made a mistake and now I want to make up for it”. Cuidado para não usar “make out”, que significa “namorar apaixonadamente”.

3. Facebookizinho, iPhonezinho…

Brasileiro falando em inglês às vezes pode ficar muito fofinho, com tudo no diminutivo, e isso acontece simplesmente porque muitos estudantes pronunciam uma letra “Y" no final da palavra.

Em inglês, muitas palavras terminam em uma consoante, e precisamos “interromper” a pronúncia nestas consoantes, como é o caso de book, watch, verb, read e tantas outras palavras.

O problema é que em português isso não acontece, nós sempre colocamos uma vogal no final das palavras, e temos o mau hábito de fazer isso em inglês também, o que quase sempre acontece com a letra “Y” (que pronunciamos como “I”).

Mas você sabia que quando colocamos uma letra “Y” no final de uma palavra em inglês estamos formando o diminutivo? É por isso que, se você não tomar cuidado com a sua pronúncia, vai parecer que está falando tudo de um jeito super fofinho.

4. Eu não posso comprar isso porque, infelizmente, eu tenho dinheiro.

“Eu não tenho dinheiro nenhum” é uma frase comum de ser ouvida tanto em português quanto em inglês. “I don’t have no money.” Quem nunca?

Isso é conhecido como “dupla negativa” em inglês, e é muito comum de ser usada para enfatizar alguma coisa. O problema é que alguns alunos se confundem e usam “any” - e às vezes até “some” - no lugar de “no”. Mas se você disser “I don’t have any money” você não está enfatizando o suficiente, e a pessoa pode até entender que você tem sim dinheiro, mas não quer gastá-lo.

Então lembre-se: quando quiser enfatizar uma negativa, sempre use “don’t” e “no” na mesma frase.

5. Você pode me dizer? Que horas ela chega?

Este é um errinho de gramática clássico, conhecido como “pergunta dupla”. Você com certeza se lembra que para perguntarmos em inglês sempre colocamos um verbo auxiliar na frente ou, no caso de alguns verbos modais, colocamos o próprio verbo no início.

Mas e quando temos duas perguntas dentro de uma única frase?

Nesse caso, apenas a primeira delas terá a estrutura de uma pergunta. A segunda terá uma estrutura de frase normal (afirmativa ou negativa).

Vamos para um exemplo. Veja as duas perguntas abaixo:

- Can you tell me…? (Você pode me dizer…?)

- What time does she arrive? (Que horas ela chega?)

Essas são duas perguntas separadas, mas quando as juntamos, perguntamos assim:

- Can you tell me what time she arrives?

Eu sei que dá vontade de colocar um “does” antes de “she”, mas não faça isso - ela terá uma estrutura de frase afirmativa, porque você já fez uma pergunta lá no começo. A dica aqui é: tome cuidado com a velocidade da sua fala, porque normalmente cometemos este erro quando queremos falar rápido demais, sem prestar atenção no que estamos dizendo.

APRIL FOOLS!

E a minha mentira é… a número 4!

É exatamente o contrário do que eu disse, você jamais vai usar duas negativas na mesma frase. Quando isso acontece, uma negativa anula a outra, e acabamos com uma frase afirmativa. “I DON’T have NO money” é como se você dissesse “I have money” (é como na matemática: lembra que “menos com menos dá mais”?)

Por isso o correto é substituir o “no” por “any” (“I don’t have any money”) ou simplesmente remover o “don’t” (“I have no money”). Deixe apenas uma negativa que já é o suficiente.

And now… happy April Fools’ Day! E se você quiser aprender outros 5 erros que “assombram” os estudantes, é só ler este outro artigo meu clicando aqui.

Michel Rosas é formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade de São Paulo, é coordenador de marketing e comunicação na Companhia de Idiomas e professor de inglês há 13 anos. É especialista em estratégias de engajamento e nutrição pela Northwestern University e estratégias de marketing de conteúdo pela Universidade da Califórnia, assim como vários cursos de análise estratégica e utilização de ferramentas de marketing digital. Também é colunista de inglês na Exame.com.

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