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Redação Exame
Publicado em 6 de março de 2023 às 11h16.
Segundo estudo da Agência Alemã de Cooperação Internacional, nos próximos 2 anos o setor do agronegócio deve gerar no Brasil cerca de 178 mil novas vagas exclusivas para profissionais que dominem as tecnologias digitais, mas haveria apenas 32,5 mil profissionais disponíveis para preencher essas vagas. Um gap de 82%.
Para se ter ideia da dimensão deste setor para o desenvolvimento de uma carreira próspera, o agronegócio é um dos maiores empregadores do país, sendo responsável direta e indiretamente por um em cada três empregos.
Hoje, 77% dos estabelecimentos agrícolas do país correspondem à agricultura familiar, e empregam cerca de 10 milhões de pessoas. Segundo estudo de 2021 feito pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), esse número deverá quase dobrar em 10 anos, chegando a 18,8 milhões de trabalhadores.
Representando mais de 1/4 do PIB brasileiro, não é novidade que o agronegócio é uma verdadeira potência econômica e profissional.
No entanto, o que poucos sabem é que, com o aumento da demanda mundial por alimentos e a pressão para tornar o setor mais sustentável, os profissionais mais buscados pelo setor não são mais agrônomos ou veterinários, mas sim profissionais de tecnologia.
O campo busca, através da digitalização, aumentar o rendimento do solo (e consequentemente a produção), gerir melhor os seus dados, agredir menos o meio ambiente, reduzir custos de produção e tornar mais eficientes os canais de distribuição de mercadoria.
Todos estão em busca de profissionais com habilidades digitais. Porém, empresas, produtores e indústria, têm deixado de implantar tecnologias por não encontrar profissionais capacitados.
“Anteriormente, profissionais da área de software e TI eram caracterizados pela sua versatilidade em resolver problemas oriundos da computação. [...] hoje existe a necessidade de que esses profissionais se especializem em determinadas tecnologias ou áreas para estarem aptos a resolver os problemas específicos destes mercados.” explica estudo realizado em 2021 pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) em parceria com o Senai e com a UFRGS.
No entanto, por conta da rápida evolução das tecnologias digitais, há um grande abismo entre o que se aprende durante a formação acadêmica e a necessidade real do campo.
Fernando Reis, agrônomo com mais de 20 anos de experiência e CEO da Agro Advance, uma das maiores escolas voltadas ao agronegócio do Brasil, comenta sobre os déficits do ensino tradicional atual: “Tem muitas universidades que foram montadas meio que às pressas, porque tinha muito demanda, e elas não cuidaram tanto da qualidade técnica mesmo da formação”.
Dentre as opções disponíveis, destacam-se a de gestor do agronegócio. Responsável por estruturar, implementar e monitorar projetos digitais em propriedade agrícolas, o profissional também conhecido como Agro Digital Manager não precisa ter diploma em agronomia ou medicina veterinária para exercer sua profissão - muito menos precisa morar no campo.
Trata-se de um cargo de liderança cuja função primordial é identificar demandas no campo e propor as soluções tecnológicas cabíveis.
Além desta, outras opções mais técnicas em relação ao uso das tecnologias também estão em alta. É o caso do operador de drones, do analista de dados, o designer de máquinas agrícolas e o técnico em agricultura digital.
Para Fernando, as oportunidades no agro são inúmeras e a robustez do setor garante melhores empregos, maiores remunerações e melhores oportunidades de crescimento para profissionais da área de dados e tecnologia.
“Apenas nas grandes fazendas, até 2030 o déficit projetado chega a 64% para técnicos em agricultura digital; ou seja, de cada dez vagas ofertadas, menos de quatro serão preenchidas.” , revela o mesmo estudo da GIZ, em parceria com o SENAI e a UFRGS.
Fernando Reis é um dos empresários que vive na prática o gap do mercado agro: “Nas indústrias, tanto na Gênica quanto na Nitro, a hora que a gente ia contratar, montar time [...] na verdade tinha orçamento e um plano de contratar muita gente, só que a gente nunca conseguiu contratar o tanto de vaga que tinha disponível, porque não tinha profissional.”, explica o empresário.
Para que os profissionais interessados possam conhecer melhor o mercado do agronegócio brasileiro e entender quais oportunidades ele oferece, seja no campo, ou na cidade, a EXAME produziu a Série Gratuita Carreira no Agronegócio.
Esta série é parte introdutória de uma formação criada pela EXAME e pela Agro Advance, uma das maiores escolas voltadas para a educação no agronegócio do Brasil, para capacitar os novos profissionais digitais do Agro: o programa Digital Agribusiness. Entre os assuntos discutidos nas aulas estão:
A série será ministrada por Fernando Reis, agrônomo com mais de 20 anos de experiência no setor. Com direito a certificado de participação, ela ocorrerá entre os dias 13 e 21 de março e será disponibilizada apenas para aqueles que realizarem a inscrição no site oficial, clicando aqui, ou no botão abaixo: