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Enquanto foi presidente do BankBoston no Brasil, Meirelles era o único banqueiro que não se negava a dar entrevistas. Foi entrevistado duas vezes no programa Roda Viva, da TV Cultura. Aparecia com freqüência em jornais e revistas. Meirelles, no entanto, se irrita quando dizem que ele faz marketing pessoal. Acha o termo pejorativo, uma técnica […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h34.

Enquanto foi presidente do BankBoston no Brasil, Meirelles era o único banqueiro que não se negava a dar entrevistas. Foi entrevistado duas vezes no programa Roda Viva, da TV Cultura. Aparecia com freqüência em jornais e revistas. Meirelles, no entanto, se irrita quando dizem que ele faz marketing pessoal. Acha o termo pejorativo, uma técnica usada por quem não tem resultados para mostrar. Quando assumiu o posto na matriz, atendeu ao pedido de uma reunião urgente feito pelo executivo responsável pelo banco na Europa. No dia do encontro, o tal executivo abriu a apresentação falando sobre a própria carreira. Não deu 15 minutos, Meirelles o interrompeu: "O senhor tem algo a dizer que precisa de uma decisão minha?" Diante da negativa, o brasileiro levantou-se e saiu irritado. "Ele só estava fazendo o próprio marketing!", diz.

Meirelles lembra que apareceu na mídia brasileira nos anos 80 porque tinha o que mostrar. Um fato ficou especialmente marcado no mercado financeiro. Em 1986, no auge do Plano Cruzado, os bancos estrangeiros começaram a vender suas agências no país. O senso comum era de que, com o fim da inflação, os bancos iriam quebrar. O Boston, sob o comando de Meirelles, seguiu uma estratégia oposta. Comprou agências de quem estava vendendo (naquela época, essa era a única maneira de os bancos estrangeiros crescerem no Brasil). Uma de suas declarações correu o país: "Se inflação baixa quebrasse banco, a Suíça não teria bancos".

O Boston começaria ali sua virada no Brasil. Antes de adotar a estratégia, Meirelles quis conhecer a filial do banco na Argentina. O país vizinho era, na época, uma economia estável e, mesmo assim, o Boston era um sucesso por lá. Dali para a frente, Meirelles não sairia mais do noticiário financeiro brasileiro. Até os concorrentes reconhecem seu trabalho. "Meirelles construiu a melhor operação de qualquer empresa estrangeira em qualquer setor em qualquer tempo no Brasil", disse recentemente Sanford Weill, chairman do Citigroup, durante jantar nos Estados Unidos.

No ano passado, ele foi homenageado pela New York Women Agenda, organização que congrega as 600 entidades de mulheres existentes em Nova York. A homenagem não surgiu do nada. Assim que chegou aos Estados Unidos, Meirelles criou no Boston um programa que facilita empréstimos para mulheres empreendedoras. Além disso, conseguiu que empresárias bem-sucedidas doassem seu tempo orientando as iniciantes. O projeto deu tão certo que o FleetBoston já anunciou a abertura de uma linha de crédito de 2 bilhões de dólares para investir em empresas tocadas por mulheres. As americanas adoraram. Num encontro nacional de mulheres, em Baltimore, no começo deste ano, Meirelles fez a palestra de abertura para 3 000 mulheres. Foi aplaudido de pé. Al Gore, o candidato derrotado à presidência dos Estados Unidos, foi o orador de encerramento, mas não teve o mesmo ibope.

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