São Paulo - As emissões de debêntures, títulos de empresas, feitas em 2009 pela Oi, Tractebel e BNDESPAR abriram as portas para quem quer ganhar um pouco mais nos seus investimentos de renda fixa sem correr muitos riscos. Aproveite porque o mar está pra peixe. Os especialistas afirmam que a estabilidade econômica e a queda nas taxas de juros favorecem o mercado de renda fixa privada.

Em 2008, apenas 1.053 pessoas físicas investiam em debêntures. Em dezembro de 2009 já eram quase 4.000 pessoas. Se depender da remuneração, as debêntures têm tudo para atrair o dinheiro de muita gente.

Quem se aventurou a participar da operação de debêntures da Oi, em abril de 2009, comprou títulos por 1.000 reais e terá juros equivalentes a 115% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) nos papéis que vencem em 2011 e 120% do CDI nos títulos que serão resgatados em 2013. Já as debêntures da Tractebel, no valor de 10 000 reais cada, têm juros de 117% do CDI.

O ganho dos títulos da BNDESPAR com vencimento em 2013, vendidos em dezembro, renderão 12,74%. Os papéis com prazo para 2015 terão a mesma rentabilidade da Nota do Tesouro Nacional série B (NTN-B), indexada ao IPCA, acrescida de juro de 7,078%.

No que se refere ao risco, a conversa é outra. As debêntures são papéis emitidos por companhias de capital aberto para captar recursos destinados a investimentos ou pagamento de dívida e precisam ser estudadas caso a caso. Além de considerar a qualidade da empresa e a performance do setor a que ela pertence, o investidor precisa avaliar as condições de cada operação.

“A análise de uma debênture exige sofisticação e empenho”, diz Ricardo Leoni, superintendente de mercado de capitais renda fixa do banco Santander, em São Paulo. Já Antenor Leão, operador de renda fixa da corretora Coinvalores, em São Paulo, percebeu bastante interesse das pessoas físicas pelos papéis.

A operação da BNDESPAR fez aumentar a busca de informações por investidores que querem participar desse mercado. “Mas a popularização dos papéis ainda levará um tempo”, diz.

Quem quiser comprar debêntures tem de procurar uma corretora de valores mobiliários. “Para comprar ou vender o papel fora da emissão ou vencimento, a pessoa física se depara com preços distorcidos”, diz David Rocha, operador da Corretora Renascença, em São Paulo.

Por isso, por enquanto, os especialistas recomendam que a compra de debêntures seja feita por quem está buscando alternativas de longo prazo.