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De olho nos matemáticos

Cresce o interesse por profissionais que avaliam riscos e definem os preços das apólices de seguro

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2013 às 13h09.

São Paulo - Quem contrata uma apólice de seguro nem imagina que, antes de ser aceito, sua ficha pessoal é submetida a uma bateria de cálculos matemáticos e estatísticos. A tarefa é feita por um time de matemáticos que atua nas áreas de precificação e análise de risco.

Essas duas áreas vêm recrutando mais profissionais de exatas, em especial os formados em matemática. Na opinião de Maria Helena Monteiro, vice-presidente de relacionamento e administração da Sul América, a oferta de emprego no setor de seguros só tende a crescer graças à sofisticação do mercado. “Antes, essas pessoas geravam dados e agora elas têm de interpretá-los diante da nossa necessidade”, diz.

Quatro das maiores empresas de seguro que atuam no Brasil, ouvidas pela reportagem, demonstram a mesma preocupação. Segundo Maria Helena, mais de 60% do recrutamento é feito por meio de estágio. “Nosso índice de efetivação é de 75%.” A empresa recebe até o fim de junho as inscrições para o programa de estágio 2011.

O escritório da seguradora espanhola Mapfre, em São Paulo, conta com matemáticos atuando nas áreas técnica, atuarial e controle técnico de sinistro. Segundo Sônia Rica, diretora de RH da Porto Seguro, os matemáticos são sempre bem-vindos na empresa, principalmente nas áreas atuária e estatística.

A remuneração inicial é, em média, de 3 000 reais para recém-formados e o campo de trabalho também abrange as companhias de previdência privada e de saúde. Um profissional com cinco anos de experiência nesse mercado tem salário entre 6 000 reais e 10 000 reais.

A opção de fazer carreira fora da sala de aula tem atraído jovens matemáticos, embora a maior parte dos formandos ainda decida pela carreira acadêmica. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 75 283 estudantes se matricularam nos cursos de graduação em matemática em 2005.

Desse total, porém, somente 11 166 concluíram o programa em quatro anos e a maioria dos formandos optou pelo giz e lousa. A analista Gisele Riglia, de 28 anos, fez o inverso e decidiu, ainda na faculdade, trabalhar com precificação e estatística. Há três anos, trabalha na Allianz, em São Paulo, e se diz muito satisfeita com sua opção.

“É um trabalho intelectual intenso, que requer muita pesquisa, até porque não podemos errar”, diz Gisele. A progressão na carreira não é tão rápida, mas se dá melhor na profissão quem tem familiaridade com os números e uma boa visãode negócios.

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