Carreira

De olho na retomada do setor, USP anuncia curso de Engenharia Nuclear

Retomada das obras de Angra 3 e sinais dados pelo governo de que dará sequência ao programa nuclear brasileiro deixam carreira mais atraente

Usinas nucleares de Angra dos Reis: segundo o Ministério de Minas e Energia, os planos são de aumentar o parque nuclear brasileiro dos 2 mil megawatts atuais para entre 8 e 9 mil megawatts no longo prazo (Paulo Fridman/Getty Images)

Usinas nucleares de Angra dos Reis: segundo o Ministério de Minas e Energia, os planos são de aumentar o parque nuclear brasileiro dos 2 mil megawatts atuais para entre 8 e 9 mil megawatts no longo prazo (Paulo Fridman/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de julho de 2020 às 11h16.

Última atualização em 7 de julho de 2020 às 17h48.

Na esteira da retomada do setor de energia nuclear brasileiro, mas olhando também para outras áreas como biomedicina, agricultura e indústria, a Universidade de São Paulo (USP) vai lançar no ano que vem a habilitação em Engenharia Nuclear pela Escola Politécnica (Poli), no campus Cidade Universitária.

O curso terá a duração de cinco anos e período integral. Atualmente, apenas a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) oferece curso da matéria, da graduação ao doutorado.

Com a falta de perspectivas na área, o setor de energia nuclear foi perdendo estudantes com o tempo. Engenheiros foram aos poucos trocando de área por falta de mercado de trabalho nos últimos anos, o que causou o esvaziamento da profissão, segundo especialistas da área.

Agora, com a retomada das obras da usina nuclear de Angra 3 (parada há cinco anos), e os sinais dados pelo governo de que dará sequência ao programa nuclear brasileiro, as oportunidades no Brasil podem crescer. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), os planos são de aumentar o parque nuclear brasileiro dos 2 mil megawatts atuais para entre 8 e 9 mil megawatts no longo prazo. Além disso, a Marinha do Brasil segue firme no projeto de construir um submarino nuclear.

Uma chamada feita pela Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa), da Marinha, no ano passado, foi, inclusive, uma das poucas oportunidades oferecidas nos últimos anos para profissionais do setor.

De acordo com o site da USP, a nova formação fará parte da carreira Engenharia de Materiais, Metalúrgica e Nuclear, que terá 55 vagas disponíveis no vestibular.

Os estudantes terão grade curricular comum, podendo optar pela especialização em Engenharia Nuclear ao fim do terceiro ano. A partir desta fase, passam a estudar disciplinas específicas da área, como processamento de combustíveis nucleares e experimentos no reator nuclear.

Entre as possibilidades de carreira estão atividades como projetar instalações nucleares, delinear processos de fabricação de combustíveis nucleares, operar e gerenciar reatores ou instalações que fazem uso de fontes radioativas, além de laboratórios de controle de qualidade com acesso a materiais radioativos, assim como também especificar e selecionar materiais e efetuar a análise de falhas em equipamentos que estão em serviço num ambiente nuclear, informa a USP.

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