Monica Duarte Santos, Mônica Duarte Santos, Diretora de Pessoas da Stone
Redatora
Publicado em 7 de agosto de 2025 às 09h47.
Última atualização em 8 de agosto de 2025 às 09h03.
César Filho, co-fundador da WeCancer, representando o Na Prática, teve uma conversa com Mônica Duarte Santos, hoje Diretora de Pessoas da Stone.
O Na Prática nasceu como uma plataforma educacional criada para impulsionar a carreira de jovens, do estágio à liderança, complementando o ensino universitário com uma formação voltada para o mercado de trabalho.
A história de Mônica não começa com certezas. Filha de engenheiros e professores da UFRJ, ela seguiu os passos familiares e entrou na faculdade de engenharia química. Já no primeiro dia de aula, ao visitar um laboratório, percebeu: aquele não era o seu caminho.
Sem saber ao certo o que queria, optou por psicologia — e foi aí que encontrou seu propósito. Conseguiu sua primeira oportunidade como estagiária de Recursos Humanos do Banco Pactual, antes mesmo que ele virasse o BTG Pactual.
Ao se formar, entrou no mundo corporativo em uma pequena startup onde amadureceu muito como profissional: era a única pessoa de RH, sem estrutura, sem referências e sem manual. Na prática, aprendeu a ser RH.
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Cuidou da folha de pagamento, contratou serviços, lidou com demissões e até abriu e fechou escritórios.
A experiência foi curta, mas decisiva. “Você impacta vidas muito cedo. Precisa ter profissionalismo, mesmo com pouca idade. Isso me marcou profundamente.”
Mônica sempre quis morar fora. E parecia estar perto: após crescer na Nokia e trabalhar no México, foi aprovada para uma vaga em Munique. Já com tudo certo, recebeu a notícia do congelamento global de contratações. A frustração foi grande.
Na mesma época, por impulso, enviou currículos para empresas como Apple, Pixar e Google.
Após entrevistas, surgiu a proposta para atuar como HR Business Partner em Belo Horizonte. Era a chance de seguir outro rumo — e ela topou.
O que parecia um plano B virou o melhor acerto da carreira. Mônica passou mais de 11 anos no Google, foi promovida a diretora e participou da expansão na América Latina. Mas, mesmo realizada, decidiu sair.
“Eu queria mais impacto. O Google é incrível, mas a autonomia é limitada por ser uma multinacional com poder de decisão muito concentrado no Vale do Silício. Depois de mais de uma década, eu queria poder construir com mais liberdade”, ela complementa.
Ao aceitar o convite para ser VP de Pessoas da Loggi, Mônica foi vista como audaciosa. Mas ela sabia o que estava fazendo. Entrou em janeiro de 2020 e em março, o mundo parou com a pandemia.
“Se a proposta tivesse vindo durante a crise, eu não teria aceitado. Ainda bem que veio antes. Porque o que pude construir lá, não teria sido possível no Google”, Mônica reflete.
Mesmo sem o IPO esperado, os cinco anos na Loggi foram marcados por autonomia, aprendizado e transformação. Mas, como ela mesma diz, ciclos se encerram — e assim surgiu o convite para entrar na Stone.
Hoje, já no primeiro semestre na nova função, afirma que está feliz. E com um norte claro: “Eu queria continuar a trabalhar em uma empresa brasileira. Queria ter bastante impacto e proximidade com as grandes decisões. Queria construir com mais liberdade.”
A primeira atitude de Mônica ao assumir o cargo na Stone foi simbólica: criar um grupo do time no Slack e enviar bolos personalizados de aniversário. Pode parecer pequeno — mas diz muito sobre sua visão de liderança.
Sua crença é em um RH que não se desumaniza, mesmo diante de decisões duras. Em suas palavras, até demissões podem ser feitas com respeito e empatia. E, quando são, deixam marcas positivas.
Ela lembra de desligamentos difíceis em sua carreira — inclusive de pessoas com quem mantém amizade até hoje. “É possível ser firme e cuidadosa ao mesmo tempo. Humanidade não é fraqueza. É força.”
Ao contrário de muitos, Mônica sempre soube que queria ser diretora de RH. Desde cedo, verbalizava esse objetivo, mesmo sem saber como chegar lá.
Ao se formar em psicologia, percebeu que precisava ampliar a visão de negócio. Fez MBAs no Ibmec e na FIA/USP.
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Parou de estudar formalmente por vários anos e ano passado, voltou com tudo: fez um curso em Wharton, pago do próprio bolso. “Foi caro. Mas valeu cada centavo. Me tirou da inércia.”
Hoje, defende com firmeza o valor do aprendizado contínuo: “Se você só sabe fazer uma coisa, corre risco. Aprender sempre é a melhor proteção para o futuro.”
Quando perguntada sobre o que define um bom líder, Mônica não hesita: escuta ativa. Ela admite que ainda precisa melhorar, mas enxerga a escuta como a base da empatia e da construção de relações duradouras.
Além disso, destaca o protagonismo como fator-chave. “O time não trabalha para o líder. É o líder que trabalha para o time, removendo barreiras e permitindo que as pessoas brilhem.”
Para os jovens em início de carreira, seu conselho é simples: dedicação. “No começo, você aprende. Você testa. Você entrega. E é isso que vai construir sua reputação.”
Por fim, Mônica reforça um valor que atravessa toda sua fala: integridade. Suas conexões de trabalho viram amizades. Seus pares viram aliados. Não porque ela planeja isso — mas porque vive com autenticidade.
“Você impacta vidas sem perceber. Um ‘bom dia’ dado com atenção pode mudar o dia de alguém. E se você faz as coisas certas pelas razões certas, as relações que você constrói duram para a vida inteira.”