Carreira

Da periferia para o mundo, as lições de KondZilla sobre sucesso

São mais de 38 milhões de inscritos, KondZilla se tornou o maior produtor de conteúdo do YouTube na América Latina. Confira a entrevista:

KondZilla: "Aprendi a não esperar por ninguém além do meu público para validar meu trabalho" (Leo Martins/VOCÊ S/A)

KondZilla: "Aprendi a não esperar por ninguém além do meu público para validar meu trabalho" (Leo Martins/VOCÊ S/A)

Tamires Vitorio

Tamires Vitorio

Publicado em 16 de setembro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 16 de setembro de 2018 às 06h00.

São Paulo - Quando o produtor musical Konrad Dantas, de 29 anos, lançou seu canal no YouTube, a meta era fazer e divulgar clipes dos amigos funkeiros.

Ele morava na periferia do Guarujá, no litoral paulista, não tinha experiência de filmagem e fazia as gravações com uma câmera comprada com o seguro de vida da mãe, morta em 2008.

Foi ouvindo o público que o seguia na internet que se transformou na sensação atual: são mais de 38 milhões de inscritos em seu canal do YouTube, KondZilla, e cerca de 850 milhões de visualizações mensais. Alcançou a posição número 1 da América Latina e a 4ª do mundo no ranking do YouTube.

Virou empresário de MC Guimê e Kevinho, do hit “Olha a Explosão”, com 128 milhões de acessos só no Spotify. Segundo o site Social Blade, youtubers dessa magnitude faturam até 2,5 milhões de reais por mês — valor que Kond, como é carinhosamente chamado, não confirma.

yt thumbnail

No momento, corre para finalizar para a Netflix uma série sobre funk, periferia e religião, prevista para ser lançada em 2019.

Entre uma gravação e outra, ele achou um tempo para responder a VOCÊ S/A. Confira a entrevista:

Você S/A: Há uma proliferação de negócios emergindo das quebradas. Como você enxerga o fenômeno do empreendedorismo periférico?

Konrad Dantas: Acho que a falta de oportunidade e a crise passaram a ser vistas como brechas para criar negócios. É o famoso “vender lenço para quem está chorando”.

Você S/A: Jovens das periferias enfrentam racismo, dificuldades para captar investimento, falta de profissionalização. Que lição você daria a quem está na quebrada tentando emplacar um negócio?

Konrad Dantas: Todos enfrentam entraves, seja rico ou pobre, seja bonito ou feio, uns menos, outros mais, cada um em seu universo. Por isso, penso que o principal ensinamento que posso compartilhar é: aprendi a não esperar por ninguém além do meu público para validar meu trabalho e seguir fazendo o que acredito.

Você S/A: Qual o segredo de seu sucesso e as principais estratégias que usa no negócio?

Sucesso, sonho, objetivo e metas são conceitos relativos e que mudam à medida que você os alcança. Acho que o fator principal da minha escalada foi experimentar muitas coisas para vários gêneros musicais e, depois de identificar o público-alvo, montar uma operação dedicada para ele.

Você S/A: Você pegou um estilo marginalizado, o funk, e o transformou num negócio rentável. Como foi seu processo de profissionalização?

Konrad Dantas: O que é profissionalização? Quem é que valida isso? Eu não fiz faculdade, não fiz curso profissionalizante, a maioria das pessoas do meu time também não, mas entregamos resultado. Somos contratados por todo o mercado, independentemente da música, e por todas as companhias de disco do Brasil. As dificuldades surgem todos os dias, e nosso objetivo diário é superá-las.

Você S/A: Quais são seus próximos projetos?

Konrad Dantas: Estou fazendo uma série para a Netflix, numa parceria KondZilla e Los Bragas [produtora de filmes que pertence à atriz Alice Braga, sua irmã, Rita, e o cunhado, Felipe]. Mas o grande projeto da minha vida é o portal de comportamento kondzilla.com, canal para dar voz a pessoas que não têm espaço.

Acompanhe tudo sobre:BrasilEntrevistasMúsicaYouTube

Mais de Carreira

10 habilidades que um bom líder deve ter para avançar na carreira

5 conselhos de Charlie Munger para quem quer trabalhar no mercado financeiro

Como o CEO da Nvidia usa a técnica de 'primeiros princípios' para tomar decisões

Quer fazer um intercâmbio ou trabalhar em outro país? Veja as feiras deste ano