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Currículo tradicional vai sumir. Veja modelo que será mais usado

Confira o que vai entrar e o que vai sair no novo modelo de currículo que vai se popularizar em breve

Currículo: mais resultados e menos descrição de tarefas (foto/Thinkstock)

Currículo: mais resultados e menos descrição de tarefas (foto/Thinkstock)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 07h02.

Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 12h06.

São Paulo - As transformações em curso no mercado de trabalho chegam - com certo atraso diriam recrutadores “moderninhos” - a um dos documentos mais tradicionais das seleções de emprego: o currículo

Sem passar por grandes mudanças há décadas no Brasil, a versão clássica do currículo vai ganhar novos dados profissionais e deixar de lado algumas informações.

Candidatos a estágio e trainee são os primeiros a entrar em contato e a adotar a novas formas de apresentação. Vídeos, links para redes sociais e outras plataformas digitais não são novidade nas principais seleções de jovens no mercado brasileiro.

Ficar de olho no que aconteceu na última e no que vem por aí na próxima temporada de trainees, por exemplo, pode trazer bons insights sobre o que deve ocorrer em outros níveis hierárquicos, segundo Lucas Oggiam, consultor da Page Personnel. Pesquisar as seleções em mercados internacionais, também.

“O currículo é um reflexo do que o entrevistador quer ver. Por isso é um jeito no Brasil, nos Estados Unidos é de outro, na Europa e na Ásia também”, diz Oggiam.

Confira o que vai entrar e o que vai sair no novo modelo de currículo:

1. Sem informações pessoais nem nome da universidade

Você já ouviu falar em currículo cego? É uma tendência mundial de mercado que elimina do currículo detalhes de gênero, raça, idade, nacionalidade, endereço.

Iniciais substituem o nome e até o endereço de email é adaptado para que não “denuncie” nenhuma informação pessoal do candidato.

Por aqui, esse tipo de ajuste no currículo para evitar interferência de preconceito no julgamento que um recrutador faz de um candidato, é raro, mas existe.

No Nubank por exemplo, uma parte da seleção é feita às cegas. “Empresas que estão pensando à frente consideram isso um avanço natural, mas ainda depende da mentalidade do gestor da vaga em si”, diz Oggiam.

Mudar a cultura da chefia no Brasil vai levar tempo, mas é caminho sem volta. Na França por exemplo, empresas com mais 50 funcionários são obrigadas por lei a usar o currículo cego. Na Holanda e no Reino Unido essa política também já ganhou força.

2. Sem fotos

Há quase uma década no mercado brasileiro de recrutamento, Oggiam ainda recebe currículos com foto. O espaço da imagem deve, desde já, ser substituído por links para redes sociais, como o LinkedIn, por exemplo.

“Não me recordo de nenhum recrutador, que hoje em dia tenha contratado alguém sem fazer uma pesquisa sobre o candidato no LinkedIn ou em outra rede social”, diz o consultor da Page Personnel.

3. Menos atribuições e mais resultados

Nas seleções tem importado menos a descrição das tarefas diárias de um profissional e mais os resultados atingidos por ele.

A tendência de o currículo destacar o que o profissional atingiu em vez de meramente descrever sua função na empresa começou nos Estados Unidos.

No Brasil, é algo que começou a se intensificar após a crise dos últimos anos, segundo Oggiam. “De uns dois a três anos para cá, as empresas têm buscado saber sobre os resultados que a pessoa teve ao longo da carreira”, diz.

4. Vídeos

Na seleção de jovens profissionais apresentações em vídeo já são uma realidade. E em quase todos os níveis hierárquicos, entrevistas por teleconferência são rotineiras em seleções de emprego.

Preparar material em vídeo como complemento para o seu currículo é uma estratégia que precisa começar a ser considerada com mais atenção pelos candidatos.

Embora Oggiam diga que não significam o fim do documento por escrito, arquivos em vídeo conseguem mostrar importantes diferenciais competitivos como a habilidade em comunicação, algo que salta aos olhos de qualquer recrutador.

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