Carreira

Apresentado por Cria School

Crise? Confira lições de liderança de quem dobrou os negócios na pandemia

CEO da Avellar e idealizador da Cria School, Rapha Avellar conta o que o fez crescer em tempos de economia parada

Liderança: na pandemia, empatia é a maior lição para as empresas (nikkytok/Thinkstock)

Liderança: na pandemia, empatia é a maior lição para as empresas (nikkytok/Thinkstock)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 13 de julho de 2020 às 10h53.

Última atualização em 13 de julho de 2020 às 18h37.

Você já sabe que o mundo nunca mais será o mesmo. E que a pandemia da Covid-19 passou como um vendaval nos resultados da maioria das empresas. Não foi assim na Avellar e na Cria School, respectivamente uma agência e uma escola de publicidade e marketing. CEO da primeira e idealizador da segunda, Rapha Avellar viu seus negócios dobrarem de tamanho no caso da Avellar e quintuplicarem na Cria de março para cá. Como isso foi possível sem demitir ninguém? Ele conta abaixo ao compartilhar as suas mais importantes lições de liderança com a chegada do coronavírus ao Brasil. E destaca a força da empatia, da cultura corporativa forte e da criatividade para as corporações.

Qual foi o seu primeiro aprendizado de liderança na atual crise?

A empatia. As pessoas têm que ser a prioridade das empresas. No fim do dia, uma empresa nada mais é do que um conjunto de pessoas trabalhando na mesma direção por um objetivo comum. Entendendo isso, nunca, na história recente, as pessoas estiveram tão vulneráveis e ansiosas. Se você não cuidar delas nesse momento e se a sua resposta para a queda nas vendas for mais cobrança, você vai criar um círculo perverso. Líderes que se opuseram ao home office, por exemplo, geraram quebra de confiança. Para eles, o dinheiro era mais importante do que as pessoas. Isso potencializou todos os problemas causados pela redução na demanda e pelas dificuldades do mercado.

Como vocês agiram durante a pandemia?

Tenho orgulho em dizer que, na Avellar, oito dias antes de ser decretada a quarentena na cidade de São Paulo, já estávamos com 100% dos funcionários fazendo home office. Demos todo o suporte e infraestrutura necessários. Compramos mesa, cadeira, oferecemos uma internet mais potente na casa das pessoas, tudo conforme a necessidade de cada um. Tivemos real empatia, fomos parceiros e isso passou uma sensação boa de como a empresa estava cuidando bem do time.

O segundo aprendizado tem relação com a cultura corporativa?

 Sim, mais exatamente com a importância de ter uma cultura forte na empresa. Quando vem o isolamento e você precisa dar mais autonomia para as pessoas e difundir responsabilidades, elas têm que se mover por propósito, pela missão da companhia. E isso com ou sem o chefe ao lado. Empresas que eram gerenciadas por modelos de comando e controle e não por propósito e identificação perderam muito. No nosso caso, o principal pilar de cultura na Avellar e na Cria é a liberdade com responsabilidade. Com isso, o home office não muda nada no desempenho do time. A importância da cultura ficou ainda mais evidente nesse momento. Sistemas com bases frágeis ficaram expostos.

E qual foi o aprendizado da criatividade?

 Não faltam empresas que, em vez de dar espaço para as pessoas criarem, querem que elas executem o que está sendo dito. Fica evidente a vulnerabilidade desse tipo de modelo nas crises. Quando um desafio desses se apresenta, é uma falácia esperar que o CEO e um grupo de poucas pessoas vão dar conta de resolver todos os problemas que aparecem. Para ter esse relacionamento com as pessoas, abrir espaço para a criatividade, é  preciso estar disposto a ouvir do diretor ao estagiário. Sempre lembrando que é na linha de frente que está o verdadeiro potencial disruptivo de uma empresa.

O que você fez nesse sentido?

Nos últimos três meses, falei com mais de 100 funcionários dos nossos times. Fui conversar com todos para entender o que cada um está vendo, que ideias estava tendo, que problemas vinha enfrentando. Dediquei duas horas por dia de segunda a sexta nos últimos três meses a isso. Valeu muito a pena: essa foi a maior fonte de informação, criatividade e inovação que eu poderia ter nesse momento. Todas as medidas que nós implementamos na quarentena e que deram certo vieram dessas conversas. As conversas com o time, daqui por diante, serão uma prática eterna.

Você pode dar um exemplo de alguma medida que foi implementada?

Uma ação resultante dessas conversas foi a contratação em tempo integral de um psicólogo, especialista em felicidade e bem-estar, para atender quem quisesse, para ficar à disposição da agência inteira. Isso porque notamos que os funcionários estavam ansiosos. Até o momento, não tivemos nenhum caso de Covid-19 e ninguém precisou ser afastado por problemas emocionais. Essa ação fez toda a diferença no humor da empresa e na crença na liderança. Deu tão certo que estamos projetando expandir a equipe de felicidade e bem-estar.

Rapha Avellar

Empreendedor em série, Rapha Avellar atualmente é CEO da Avellar, agência de publicidade e marketing focada em alavancar resultados de negócios através do que existe de mais moderno em estratégias digitais. Tinder, Hering, Domino's, BTG Pactual, Universal, MRV, Prudential, Stone, Brasil Brokers e Texaco são algumas das contas atuais da empresa.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusCrise econômicaEmpreendedorismoLiderançaMercado de trabalho

Mais de Carreira

5 sinais que pode ser uma boa hora para começar um MBA

Como conciliar trabalho e estudo? 5 dicas de como encontrar tempo para estudar

Futuro do trabalho: habilidades serão mais importantes que diploma, projeta executivo – veja por quê

Estude o quanto puder: EXAME dá acesso a todos os seus MBAs por uma década pagando uma vez só