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Na hora de emprestar, é bom lembrar que é difícil pagar

Antes de entrar em qualquer financiamento é essencial enxergar cada escolha como uma renúncia

Cartões de crédito e de débito da carteira (LaTunya Howard/Wikimedia Commons)

Cartões de crédito e de débito da carteira (LaTunya Howard/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2014 às 15h21.

São Paulo - Com a explosão do crédito nas últimas décadas, o consumidor brasileiro passou a ter acesso a novos produtos e serviços por meio de financiamentos das formas mais variadas. A ampliação das possibilidades de consumo é excelente.

Ter acesso a novos produtos e serviços contribui para saciar os desejos e também para expandir as ambições pessoais, além, logicamente, de aquecer a economia por meio do setor de serviços, do comércio e da indústria. No entanto, antes de entrar em qualquer financiamento, é essencial enxergar cada escolha como uma renúncia.

Nosso cérebro tende a avaliar o saldo positivo de cada ação tomada e deixar de lado a perda que ela implica. Assistir à novela, por exemplo, é renunciar a caminhar, estudar, ir ao teatro ou a qualquer outra atividade que poderia ser executada nesse mesmo período.

Por isso é fundamental entender que, ao fazer um financiamento, estamos renunciando à compra de outras coisas. Em termos de crédito, renunciamos ao valor despendido acrescido de juros.

Por exemplo, para um televisor HD no valor de 2.000 reais, que permitirá ver os mínimos detalhes da Copa do Mundo, a renúncia real será de 3.500 reais se levarmos em conta um financiamento de 12 meses feito com a taxa de juro de 10% ao mês — próxima à média do cartão de crédito.

Infelizmente, esse raciocínio ainda é pouco disseminado no Brasil. O resultado disso é que, acompanhando o crescimento do crédito, a inadimplência também vem aumentando. Em março de 2014, por exemplo, a Serasa Experian anunciou crescimento de 4,2% da inadimplência da pessoa física em comparação com o mês anterior.

O consumidor se “esquece” de que seu dinheiro já está comprometido e acaba fazendo novas aquisições que podem levá-lo ao descontrole das finanças pessoais. O acúmulo de calotes apontado pela Serasa Experian está diretamente ligado à facilidade de contrair dívidas e à falta de consciência do consumidor na forma de utilizar o crédito.

Se antes era fácil se endividar, agora é difícil pagar. Pior ainda é ter de renunciar ao consumo presente por causa de decisões equivocadas no passado.

O melhor para o consumidor é evitar cair nos contos do marketing, que a cada dia tornam serviços e produtos mais atraentes e “essenciais” à nossa vida, e pensar duas vezes se a escolha é realmente vantajosa.

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