Em tempos de home office, a comunicação eficiente, tornou-se ainda mais importante – e não à toa, é considerada uma das habilidades do futuro (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Leo Branco
Publicado em 27 de julho de 2020 às 15h26.
Última atualização em 27 de julho de 2020 às 15h27.
Uma pesquisa realizada pela revista britânica The Economist revelou que as falhas de comunicação são as principais responsáveis por problemas de produtividades e para saúde dos colaboradores em uma empresa.
De acordo com a pesquisa, 52% dos profissionais relatam que as dificuldades de comunicação geram conflitos e retrabalhos, contribuindo para o estresse e o desânimo dos talentos.
Mas, afinal, como tornar sua comunicação mais assertiva?
Você escuta para responder ou para compreender? Comunicação é conexão! Ao se comunicar é importante prestar tanta atenção ao outro quanto em si. Muitos conflitos são evitados com o simples hábito de pressupor menos e perguntar mais. Invista sua atenção em compreender o ponto de vista, sugestão, ou proposta da outra parte, livre de julgamentos. Valorize a opinião de todos, independente do nível hierárquico, ou grau de conhecimento. Você irá se surpreender com os resultados.
Interagir com perguntas demonstra que, de fato, você estava prestando atenção no que foi dito. Seja curioso e disposto a compreender o ponto de vista da outra pessoa. Entender a necessidade do outro, irá minimizar as frustrações e os conflitos na comunicação, além de lhe abrir para novos conceitos e insights.
Uma boa técnica é dizer: “Eu entendi que você me pediu, sugeriu, que... está correto?”. Dessa forma você assegura que a mensagem foi perfeitamente compreendida, evitando conflitos e mal-entendidos.
Caso você não esteja de acordo com o que foi proposto, é possível opinar de forma respeitosa. “Eu entendo seu ponto de vista, você acredita que dessa forma é melhor para.... Eu acredito que podemos alcançar o mesmo resultado se fizermos de tal modo..., o que você acha? Podemos tentar?”.
É comum, com o dia a dia do trabalho, nos apropriamos de termos técnicos e criar um dialeto próprio da área de atuação. No entanto, principalmente os gestores, lidam com profissionais em diferentes níveis de conhecimento, além de fornecedores da empresa que também podem não conhecer determinadas palavras. Mantenha sua comunicação clara e compreensível para todos. Evite termos que só serão compreendidos por quem já possui vasto conhecimento na área e linguagens rebuscadas, ou acadêmicas.
Valorize o tempo do outro, como gostaria que o seu fosse respeitado. Não enrole, seja direto, objetivo, sem perder a educação e a gentileza.
Ser objetivo e prático não quer dizer ser um trator falando rápido. Falar requer atenção antes de dizer algo. Escolha bem suas palavras, perceba se elas não irão ferir a cultura, ou valores de quem está recebendo a mensagem. Ser suave e gentil não quer dizer que sua força de liderança ou influência serão perdidas. Há de se ter muita coragem e firmeza para se manter respeitoso em situações de estresse, ou em conflitos de ideias.
Saiba sobre o que está falando. Amplie seu conhecimento técnico na área de atuação, leia fontes confiáveis e refine seus argumentos constantemente. E se em alguma circunstância você não tiver certeza de algo, é melhor deixar claro que não sabe.
Ao aplicar essas dicas você colabora para a desconstrução de um ambiente corporativo agressivo e estressante.
Nos acostumamos a acreditar que quem fala mais alto vence, ou a utilizar posições hierárquicas para fazer valer nossa opinião. No entanto, é importante destacar que nesse tipo de ‘batalha’ ninguém sai ganhando. Perde a empresa, perdem os líderes, perdem os colaboradores.
O novo mercado exige muito mais inteligência dos profissionais para que a inovação aconteça. Principalmente, a inteligência emocional. Invista nisso.
Boa jornada!