Carreira

Comprar ou alugar? Para decidir, pense na carreira e na vida

A decisão de adquirir a casa própria ou virar inquilino deve levar em conta seus planos de carreira e de vida no médio prazo

Stephanie e Michel Bervian: a opção pelo aluguel permite ao casal poupar para construir a casa própria (Fabiano Accorsi / Você S/A)

Stephanie e Michel Bervian: a opção pelo aluguel permite ao casal poupar para construir a casa própria (Fabiano Accorsi / Você S/A)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 19h35.

São Paulo - Segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o valor do metro quadrado no Brasil subiu 70% de 2010 — quando o índice começou a ser calculado — a 2013.

Só nos últimos 12 meses o preço dos imóveis prontos teve alta de 13,8%, um sinal amarelo para quem tem planos de adquirir a casa própria. Para avaliar se a compra do imóvel vale a pena do ponto de vista financeiro, a fórmula sugerida pelos especialistas é a comparação da valorização do imóvel com a rentabilidade que conseguiria caso deixasse o dinheiro aplicado e continuasse a pagar aluguel.

É preciso analisar quanto o capital está rendendo em determinada aplicação. "Se rende muito pouco, menos do que a valorização do imóvel naquele período, vale a pena comprar. Porém, se a aplicação estiver dando rendimento real superior ao valor do aluguel, mantenha-se no aluguel", diz o engenheiro civil especialista em avaliações e perícias Flavio Figueiredo, diretor da Figueiredo & Associados.

Apesar da matemática envolvida, os especialistas alertam que outros fatores, além do financeiro, devem ser levados em conta na hora de decidir entre a compra e o aluguel. A opção também deve considerar seus planos pessoais e profissionais de médio prazo. "O raciocínio das pessoas costuma ser: ganho 10.000 reais mensais e consigo comprar um apartamento de dois dormitórios", diz Flavio.

Porém, essa atitude pode levar a prejuízos. "Se um casal pretende se casar logo, não vale a pena comprar um imóvel agora com previsão de entrega para daqui a três anos." Nesse meio-tempo, a mulher pode engravidar e ter perspectivas de um segundo filho. Com isso, o apartamento de um dormitório adquirido três anos antes ficará pequeno já na entrega das chaves.


"Para esse casal, compensa manter-se no aluguel temporariamente, fazer uma reserva maior e investir em um imóvel coerente com a confguração familiar já deifnida", diz o engenheiro. Os momentos de transição profssional também interferem na decisão. 

"Esse alerta vale para quem compra um imóvel por ser perto do trabalho e depois muda de empresa." Por isso, evite a compra em fases de pouca estabilidade profissional.

Mudança de planos

Pessoas cujo trabalho exige disponibilidade para mudanças frequentes de estado ou país também devem considerar com mais cuidado a compra, já que a venda de um imóvel recém-adquirido representa prejuízo.

"Em um mercado hipoteticamente estável, gastam-se com documentação, contrato e advogado 5% do valor total do imóvel. Ao vender, gastam-se mais 6% de comissão. O investimento em decoração e pintura chega a 10%. Se tiver de se desfazer do imóvel para se mudar, você perderá cerca de 20%", afirma Flavio.

Foi considerando seus projetos de médio prazo que os médicos Michel, de 34 anos, e Stephanie Bervian, de 28, de São Paulo, acabaram optando pelo aluguel. Recém-casados, eles chegaram a procurar no ano passado apartamento para comprar, mas acharam os valores muito altos. 

"Giravam em torno de 800.000 a 1,2 milhão de reais", diz Stephanie. Como o sonho do casal era construir uma casa — e o apartamento seria uma fase transitória —, os médicos decidiram ficar num aluguel mais barato e poupar para a obra da casa. Isso tem permitido ao casal economizar 25% de tudo o que ganha para a construção.

"Queremos comprar o terreno neste ano, começar a construir em 2015 e mudar daqui a quatro anos", diz Stephanie. Para quem pretende comprar, a dica é não se deixar levar pela ansiedade do sonho da casa própria. O empresário Jean Vinicius Tremura, de 31 anos, seguiu essa receita e conseguiu um desconto de 20.000 reais na compra de um apartamento em Alphaville, na Grande São Paulo, no ano passado.

A pechincha foi concedida graças à entrada de 160.000 reais, possibilitada por suas economias. "Fiquei surpreso", afirma. 

Sua casa com desconto

Economize com os imóveis remanescentes 

Algumas imobiliárias têm começado a atuar no nicho dos imóveis remanescentes — aqueles que não são vendidos até 180 dias após o lançamento. "O investimento em marketing já foi feito e fica desinteressante trabalhar esses produtos", diz Tonico Dias, do ImovelBid, plataforma de venda online de imóveis.

Daí a disposição das construtoras em dar descontos para facilitar a venda. Há cerca de 20.000 imóveis com esse perfil na Grande são Paulo. "Os  descontos começam em 10% e aumentam nos bairros mais distantes", afirma Tonico.

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