Movimento dos olhos para cima e à direita (Montagem/VOCÊ S/A)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2014 às 12h00.
Na loucura do trânsito paulistano, ouvindo uma rádio popular, um refrão repete-se:
“Está chovendo estrelas, tempestade de paixão/Iluminando o meu coração/Está chovendo estrelas, gotas de amor em mim/Deixando em meu peito um amor sem fim, um amor”
A letra, composta por Alejandro Montalban e Eduardo Reyes, evoca uma discussão sobre o verbo chover, impessoal, na maioria dos casos.
Os verbos impessoais são aqueles que não possuem sujeito; como não possuem sujeito, não têm com quem concordar; ficam, então, obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular, com exceção do verbo SER. Vejamos alguns exemplos:
“Chove muito em Manaus.”
“Está chovendo pouco em Brasília.”
“Deve chover mais em Curitiba.”
“Venta pouco em Palmas.”
No entanto, no trecho “Está chovendo estrelas...”, percebe-se o famoso uso conotativo (figurado, metafórico) da linguagem. Assim sendo, o verbo deve concordar com o sujeito:
“As estrelas estão chovendo, estão caindo, estão vindo...”
Com o sentido figurado, não há mais a relação significativa com o fenômeno da natureza (a chuva, a água) e, por isso, a concordância verbal obrigatória: sujeito no singular, verbo no singular; sujeito no plural, verbo no plural.
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