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Como usar verbos quando não há sujeito na frase

Diogo Arrais, do Damásio Educacional, elucida mais uma dúvida clássica de português; confira

Movimento dos olhos para cima e à direita (Montagem/VOCÊ S/A)

Movimento dos olhos para cima e à direita (Montagem/VOCÊ S/A)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2014 às 12h00.

Resposta de Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional *

Na loucura do trânsito paulistano, ouvindo uma rádio popular, um refrão repete-se:

“Está chovendo estrelas, tempestade de paixão/Iluminando o meu coração/Está chovendo estrelas, gotas de amor em mim/Deixando em meu peito um amor sem fim, um amor”

A letra, composta por Alejandro Montalban e Eduardo Reyes, evoca uma discussão sobre o verbo chover, impessoal, na maioria dos casos.

Os verbos impessoais são aqueles que não possuem sujeito; como não possuem sujeito, não têm com quem concordar; ficam, então, obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular, com exceção do verbo SER. Vejamos alguns exemplos:

Chove muito em Manaus.”

“Está chovendo pouco em Brasília.”

“Deve chover mais em Curitiba.”

Venta pouco em Palmas.”


No entanto, no trecho “Está chovendo estrelas...”, percebe-se o famoso uso conotativo (figurado, metafórico) da linguagem. Assim sendo, o verbo deve concordar com o sujeito:

“As estrelas estão chovendo, estão caindo, estão vindo...”

Com o sentido figurado, não há mais a relação significativa com o fenômeno da natureza (a chuva, a água) e, por isso, a concordância verbal obrigatória: sujeito no singular, verbo no singular; sujeito no plural, verbo no plural.

Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!

Diogo Arrais é professor de língua portuguesa do Damásio Educacional e autor gramatical pela Editora Saraiva. 
 

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