O gerundismo ficou ligado ao uso inapropriado por atendentes de SAC (Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 11 de outubro de 2012 às 14h22.
Última atualização em 8 de dezembro de 2023 às 11h05.
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Respondido por Reinaldo Passadori, do Instituto Passadori – Educação Corporativa
Ao conversarmos com atendentes de lojas ou do setor de ouvidoria de qualquer empresa pública ou privada, para fazermos alguma solicitação ou reclamação, percebemos que uma chuva de gerundismo acontece. “Senhor, vou estar transferindo sua ligação...”; “Senhor, vamos estar verificando ...”.
O gerundismo seria a proliferação de uso (inadequado) do gerúndio, e por isso o sufixo ismo de gerundismo é o mesmo que ocorre nos vocábulos consumismo, derrotismo, oportunismo, que veicula a ideia pejorativa de tendência viciosa, mania, mau uso...
Trata-se de um fenômeno recente no Brasil de implicações semânticas e pragmáticas, usadas, na maioria dos casos, quando o falante não quer repassar a ideia de ações simultâneas e quando a duração não é prioridade.
É correto usar o gerúndio quando se quer expressar uma ideia ou ação que ocorre no momento de outra no futuro. Logo, podemos dizer: “Amanhã, quando você estiver fazendo a apresentação, eu estarei realizando os meus exames.”
Para que haja total clareza de empregabilidade desta loção verbal, de uma vez por todas, apresento mais dois exemplos abaixo:
Certo: "Não me ligue nessa hora, porque eu vou estar almoçando."
Neste caso indica que uma ação (ligação) acontecerá durante outro processo (o almoço) que terá certa duração, e que estará em curso.
Errado: ''Um minuto, que eu vou estar verificando seu cadastro."
Nesta construção emprega-se erradamente o gerúndio "vou estar verificando" para uma ação que indica um processo que se finaliza imediatamente ao momento da fala. Logo, o correto é: ''Um minuto, vou verificar seu cadastro."
Se quisermos atendentes mais objetivas ao passar informações, profissionais mais assertivos ao realizarem exposições de ideias, e corporações mais eficazes, em termos de comunicação corporativa, precisamos estar mais atentos ao que pode ser inserido na língua portuguesa, gerando riqueza linguística, potencializando assim, a capacidade de comunicar.
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Reinaldo Passadori é CEO e fundador do Instituto Passadori – Educação Corporativa
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