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Como ser chefe da Geração Z? Veja dicas de especialistas

Menos e-mails e mais feedback. Entenda como é liderar equipes com jovens da geração Z

Geração Z: como ser líder dos nativos digitais que chegam ao mercado de trabalho (We Are/Getty Images)

Geração Z: como ser líder dos nativos digitais que chegam ao mercado de trabalho (We Are/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 14 de maio de 2022 às 09h00.

Última atualização em 23 de maio de 2022 às 11h01.

Há dois anos atrás, Daniel Pedrino, presidente da Descomplica Faculdade Digital, se surpreendeu quando descobriu que seus funcionários estavam fazendo a reunião de produtos de tecnologia dentro de um videogame online.

“Eu quis saber o que raios era aquilo. Reunião dentro do videogame? Aí eu comprei para ver o que era e experimentar. Se tem uma coisa que acho incrível da nova geração é que eles te puxam e trocam conhecimento”, diz.

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Esse é um dos diversos exemplos que Pedrino conta que tem aprendido como um líder dentro de uma empresa cuja equipe é majoritariamente composta por membros das gerações Z e Y. Juntando as duas gerações, elas representam 87% da empresa. Se for considerar apenas o público com até 30 anos, o número cai para 65%. Mas os jovens ainda são maioria.

São considerados membros da geração Z aqueles nascidos após 1995. Já a geração Y, os millennials, são aqueles que hoje tem entre 25 a 34 anos de idade.

Segundo o relatório de tendências para o futuro do trabalho da consultoria ManpowerGroup, o encontro de quatro gerações dentro das empresas é um dos grandes impactos disruptivos que o mercado vai sofrer nos próximos anos.

O que quer a geração Z?

De acordo com a consultoria, as duas gerações são marcadas por algumas características distintas:

  • Geração Y: buscam por mais flexibilidade, querem aprendizado constante e pensam na carreira em ondas
  • Geração Z: se preocupa mais com dinheiro, busca desenvolvimento de carreira e valorizam o desenvolvimento de competências

Essas são características que Pedrino vê constantemente no seu dia a dia de trabalho. Além das novidades tecnológicas que a geração mais digital traz, ele aponta que vê os funcionários muito preocupados com feedback constante e mentoria.

“É uma geração ávida a crescer, eles querem trabalhar e fazer coisas novas, querem ser protagonistas da mudança. E eles gostam de criar vínculos e ter senso de pertencimento. No passado, a gente torcia para o chefe não convidar pro happy hour, eles cobram pra gente organizar algo juntos”, afirma.

Um ponto de atenção para o líder é: após pedidos de feedback constantes, geralmente vem a ansiedade para a promoção. E essa geralmente não vem na velocidade e periodicidade almejada.

“Você tem que mostrar que o caminho está positivo, mas pedir calma. Como gestor, se você não comunica de maneira correta, pode criar uma empolgação por causa do feedback positivo e depois frustrar a pessoa”, diz.

Como ser líder da Geração Z

Ao pensar em traços comuns da geração, Rafael Souto, fundador e CEO da Produtive, destaca a necessidade de dialogar e a tolerância mais baixa para imposição.

“Eles também são nativos digitais, e não imigrantes, então é normal para eles trabalhar com plataformas e dispositivos distintos”, afirma.

Para ele, a nova geração é a expressão máxima do novo mundo: gostam das coisas rápidas, são mais ansiosos por resultados e gostam de ter visibilidade do ciclo de carreira.

“O líder tem que saber mostrar esse ciclo ótimo de carreira para o jovem. Depois, precisa investir mais tempo em conversas, pois eles querem debater, entender o que estão fazendo e saber se estão indo bem. E o próprio líder precisa estar aberto para aprender o novo olhar do mundo que entra agora no mercado”, diz.

O presidente da Descomplica Faculdade Digital reforça que a personalização é importante no ambiente com diversas gerações.

“Eles podem ver e-mails como coisa do passado, mas aí entra meu trabalho como mentor para falar sobre como uma mensagem pode perder o tom. Do outro lado, temos um diretor de 55 anos e para ele o e-mail é a principal ferramenta. As vezes ele manda um e-mail com todo mundo em cópia e é meu trabalho replicar no Slack”, diz Pedrino.

O que a geração Z acha "cringe" nas entrevistas de emprego

A consultoria PageGroup verificou que situações em processos seletivos são "cringe" para os mais jovens, o termo que ficou popular na boca dos jovens e que significa quando algo é vergonhoso.

A geração Z não quer saber de responder sobre questões pessoais que abordam como suas famílias são formadas e acham o cúmulo precisar levar um currículo impresso a uma entrevista.

Na lista do PageGroup sobre o que é cringe no recrutamento, estão alguns outros pontos. Veja mais abaixo: 

  • Levar currículo impresso e/ou preencher um formulário longo em papel;
  • ter muitas etapas no processo seletivo;
  • sobre a composição familiar. Qual o seu estado civil? Se você pretende ter filhos, em quanto tempo?;
  • entrevista presencial em tempos de pandemia;
  • perguntar aleatórias: sobre o seu signo, se você fosse um animal qual seria;
  • o que você planeja para sua carreira daqui 10 anos?;
  • pedir experiência comprovada para processo de estágio.

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