Carreira

Como reaprender a aprender e ser um "talento ágil", o perfil mais buscado

Os talentos ágeis estão sendo caracterizados por perfis de profissionais que se envolvem com os erros, buscando aprender a cada falha

Estudar: aprender a aprender é uma arte (Thinkstock/Fuse/Thinkstock)

Estudar: aprender a aprender é uma arte (Thinkstock/Fuse/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2019 às 12h35.

Última atualização em 2 de setembro de 2019 às 13h17.

Na semana passada falei no artigo ‘Empresas estão em busca de um novo perfil profissional’ sobre as mudanças que as automações trazem ao mercado de trabalho.

De acordo com as pesquisas da McKinsey & Company, novas tecnologias serão aplicadas às funções analíticas e os colaboradores serão realocados para lidar ou com essas inovações ou com pessoas, em processos gerenciais - e em alguns casos, com os dois ao mesmo tempo!

Os profissionais terão que aliar tecnologia, negócios e habilidades interpessoais. Isso indica dois fatores importantes sobre o futuro dos profissionais. Primeiro que o talento ágil não quer dizer aquele que é mais rápido no que faz, mas sim aquele que se adapta mais fácil e que tem “fome” de aprender.

Ou seja, a busca por talentos ágeis pede que o profissional se envolva com disponibilidade a novos modelos de atuação, sendo proativo, flexível e de interesses diversos quando o assunto é conhecimento e novas habilidades.

Segundo, o mercado pede agora que você busque desenvolver habilidades cognitivas para lidar com softwares e maquinários novos e/ou desenvolva suas capacidades socioemocionais, incluindo a empatia e a humanização na sua forma de se relacionar com seus parceiros de trabalho.

É claro que as organizações também terão que se adaptar. Apenas em uma empresa disposta a se desconstruir e coerente às demandas exigidas é que os colaboradores terão oportunidade de se desenvolver e aplicar essas novas habilidades.

Outro ponto importante que vai contribuir para a sua evolução profissional é a consciência do efeito dominó. Ao ler sobre tendências do mercado, alguns olham para as empresas que trabalham hoje e as percebem muito longe do que está sendo dito e então acreditam que as tendências, na verdade, são utópicas.

As inovações são aplicadas primeiro nas empresas que estão dispostas a inovar. Em seguida, pouco a pouco outras empresas, inspiradas nas que fizeram e geraram bons resultado, vão se reestruturando. Muitas insistem em seguir modelos enrijecidos, porém a longo prazo – e as vezes em curto prazo – quem não acompanha fica para trás.

Mas afinal, como desenvolver a habilidade de aprender de novo? 

Precisamos admitir que o modelo educacional tradicional afetou nossa forma de aprender com prazer. Passamos anos ouvindo uma única pessoa falar sobre um determinado tema, na maioria das vezes, sem poder questionar ou refletir sobre o que estava sendo passado. Crescemos acreditando que o conhecimento sempre está à nossa frente, mas nunca dentro de nós.

Esse formato minou nossa curiosidade e alegria em aprender coisas novas. Na escola nossos erros foram classificados como “vergonhosos” e determinantes sobre o nosso nível de inteligência.

Não é de se espantar que haja tanta resistência em adquirir novos conhecimentos. Não acreditamos que aprender possa ser divertido e pior, algo novo indica que podemos errar e isso é “perigoso” à nossa reputação e algumas empresas perpetuaram isso.

Os talentos ágeis estão sendo caracterizados por perfis de profissionais que se envolvem com os erros, buscando aprender a cada falha. Eles têm paixão por descobrir e se divertem construindo novas linhas de raciocínio. Diversão e trabalho também não é algo que tenha sido ensinado para caber em uma mesma frase, não é mesmo? Será?

Ok, agora que refletimos juntos, que tal conhecer algumas dicas de aprendizagem?

Para aprender, você precisa estar bem: o primeiro passo é compreender que, com um corpo mal cuidado, não há energia para aprender. Revise e fortaleça sua alimentação, hidratação, lazer, prática de exercícios e principalmente o seu sono.

O seu cérebro responde a estímulos: como um músculo, ele se fortalece na prática de exercícios. Não se compare a alguém da sua empresa achando que ele tem mais capacidades do que você. Todos os cérebros saudáveis têm potencial de aprendizagem. Você só precisa focar o que deseja estudar e praticar, praticar, praticar.

Descubra o que você precisa aprender: pesquise na sua empresa e com profissionais da sua área quais são as tendências para o seu mercado. Quais conhecimentos adquirir e como fazer isso. É importante focar em um aprendizado por vez, praticar e se qualificar nele antes de partir para outro conteúdo.

O segredo da prática: neurocientistas têm revelado que uma das melhores práticas sobre um novo conteúdo é ensinar alguém sobre o que você está aprendendo.

Descubra em que modelo de estudo você absorve melhor as informações: não leia livros apenas. Veja vídeos, faça anotações, busque fóruns de discussões, grupos de estudo, ouça audiolivros, escreva resumos. Transforme o estudo em um laboratório pessoal de pesquisa sobre como você se sente melhor aprendendo.

Insira a diversidade na sua vida: nossa tendência é nos relacionar com um perfil de pessoas parecidas com a gente, não é mesmo? Isso bloqueia novas formas de enxergar a vida e com isso limita a construção de soluções. Busque grupos diferentes de você, conheça e se relacione com pessoas que você não teria interesse e surpreenda-se com os resultados.

Questione: Informe-se diariamente sobre diferentes assuntos, mas não se limite a um conhecimento pronto. Construa pensamentos críticos, desenvolvendo sua forma individual de conclusão.

Abra- se a novas experiências: salte de paraquedas, aprenda um novo idioma, viaje para um lugar cultural, faça trabalho voluntário... permita-se viver situações inéditas. Dessa forma você criará novos caminhos neurais no seu cérebro, que estimulam sua capacidade em absorver novos conteúdos.

Autoconhecimento: não há como se relacionar bem com seus colegas de profissão se não há um relacionamento íntimo consigo mesmo. Busque mentores ou psicoterapeutas para ajudarem nesse processo. 

Comunicação não-violenta: o termo, desenvolvido pelo psicólogo Marshall Rosenberg, alcançou destaque no meio empresarial. O estudo questiona nossa forma de comunicação e apresenta ferramentas práticas para se relacionar de forma empática e humanizada. Com a crescente necessidade de humanização nas organizações, esse é um tema que vale o estudo.

Pare um pouco: com tantos estímulos diários, uma mente lotada de pensamentos não há espaço para absorver conteúdos com qualidade. Pesquise sobre as variadas formas de meditação e encontre a que se encaixa melhor com o seu perfil. 

Esses são só alguns pontos simples, porém essenciais, para começar a remodelar a forma que você aprende. Em qualquer situação, o importante é começar não é mesmo?

Espero que essas dicas ajudem e que você avance profissionalmente com confiança nas suas habilidades!

Bons estudos.

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