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Como os executivos estão usando os jogos no trabalho

Confira os exemplos do uso de jogos e suas técnicas no dia a dia de trabalho

Executivo jogando: games em alta no mundo corporativo (Thinkstock)

Executivo jogando: games em alta no mundo corporativo (Thinkstock)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 05h00.

São Paulo – Não é novidade que os games ganharam o mundo corporativo. Mas, hoje em dia, eles ultrapassaram as paredes das chamadas salas de descompressão - aqueles ambientes dedicados ao lazer dentro das empresas - e se tornaram realidade de trabalho.

Segundo Andrea Krug e Felipe Azevedo, sócios-diretores da E-Guru&Clave, empresa especializada em mapeamento de pessoas e criação de jogos corporativos no Brasil, os games têm tido três aplicações: seleção, identificação de modelos de competências e desenvolvimento.

Além disso, técnicas de gamificação aparecem, cada vez mais, como alternativa para aumentar a motivação das equipes. É o que defende o psicólogo Fernando Seacero, fundador da i9ação, empresa de treinamentos corporativos.

“Os jogos têm muito a ensinar aos teóricos de liderança”, diz ele que criou o termo: líder play, para chefes que aproveitam a lógica dos games para engajar as pessoas.

A seguir confira os exemplos do uso de jogos e suas técnicas no dia a dia de trabalho. (Confira também no link o game criado pela E-Guru&Clave para treinar habilidades de liderança, feedback e relacionamento com diferentes perfis de pessoas dentro de uma organização.)

1. Seleção

Pergunte a um jovem se ele prefere participar de uma seleção fazendo provas ou participando de jogos. Andrea, percebe, na prática, o quanto a segunda opção é mais atrativa.

“Quando se propõe game, em vez de uma prova, o ganho é de 20% a 30% em número de candidatos que completam a etapa”, diz. Seacero concorda: “o game traz o engajamento das pessoas que dele participam”, afirma.

Andrea cita como exemplo o projeto de seleção de narradores esportivos para o SporTV. A partir da construção de um perfil de referência do profissional de narração, a E-Guru&Clave desenvolveu um game online.

“O jogo simulava os desafios da profissão”, conta. Entre outras ações, os candidatos tinham que narrar uma partida de futebol por 20 minutos, e podiam escolher narrar também natação, tênis ou basquete.

Por ser online o game permitiu que milhares de candidatos participassem desta etapa de seleção. Dos mais de 11 mil inscritos, 5 mil completaram todo o desafio.

2. Identificação de pontos fortes e fracos

Outro uso apontado pela E-Guru&Clave para os jogos no mundo corporativo está ligado ao mapeamento de perfis de referência dentro das organizações.

Foi o caso de um game que a empresa desenvolveu para a área de atendimento ao cliente da Vivo. Primeiro, foi identificado o perfil de referência para atendimento, que, em seguida foi desdobrado em uma lista competências.

A partir desse modelo, a E-Guru&Clave criou um game de mapeamento (assesment), que mediu os pontos fortes e fracos da equipe da área de relacionamento e negócios. Mais de 5 mil funcionários participaram do jogo.

3. Aumento da motivação

A lógica dos jogos pode ser aplicada no dia a dia para aumentar o engajamento das equipes nas atividades, diz Seacero.Como? Propondo desafios ao grupo. “Em um jogo corporativo, todos devem ter missões com objetivos definidos”, diz.

Outro ponto importante é oferecer o feedback imediato e um sistema de recompensas, afinal estes são dois dos segredos da atratividade dos jogos.

4. Treinamento

O desenvolvimento de habilidades é, hoje em dia, o objetivo mais frequente dos games no mundo corporativo, segundo os sócios da E-Guru & Clave. Mas, de acordo com eles, o game deve ser um dos instrumentos de desenvolvimento. “Uma ferramenta complementar. O game nunca é um fim , é sempre um meio”, diz. Felipe.

Nesse link você encontra uma versão simplicada desenvolvida pela E-Guru&Clave para os leitores de Exame.com de um game de desenvolvimento de habilidades de feedback, liderança e relacionamento com vários perfis diferentes no trabalho.

O game pode ser uma atividade de desenvolvimento complementar a um projeto de e-learning, por exemplo”, diz Felipe. Bom jogo!

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