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Como nunca mais errar colocação pronominal em concursos

Diogo Arrais, professor do Damásio Educacional, dá a dica de um "mantra" para concurseiros nunca mais errarem colocação pronominal em concursos públicos

Pesquisadora assistente (MorgueFile)

Pesquisadora assistente (MorgueFile)

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 11h00.

* Escrito por Diogo Arrais, professor de Língua Portuguesa do Damásio Educacional

Que tipo de parâmetro você utiliza para saber se a colocação pronominal está adequada às regras gramaticais?

Como exemplo, veremos uma questão cobrada no recente concurso do Tribunal de Justiça de São Paulo:

Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

(A) Os chineses têm questionado-se se o país pretende intervir e ampliar seu controle sobre Hong Kong.

(B) Não respeitaram-se os princípios que presidiram a passagem de Hong Kong à China.

(C) Se criou na China, com o acordo de transição, a fórmula “um país, dois sistemas”.

(D) Por um período de 50 anos, manteriam-se o arcabouço democrático e a livre-iniciativa.

(E) O governo chinês recentemente se arrogou o direito de aprovação prévia dos candidatos.

Quando se trata de pronomes, o primeiro passo é registrar que os oblíquos átonos - me, te, se, o(s), a(s), lhe, nos, vos – jamais devem iniciar uma expressão, frase ou oração. Logo, exclui-se a opção C.

Ademais, outra regra básica é que oblíquos átonos jamais devem estar após verbo no particípio; a opção A, portanto, possui desvio gramatical gritante.

Sobre as expressões que atraem os citados pronomes oblíquos átonos para antes do verbo, vale usar o seguinte parâmetro: termos monossilábicos, negativos, indefinidos, invariáveis, que NÃO se classificam como substantivos comuns, funcionam como palavras atrativas. Assim sendo, exclui-se a opção B, já que o advérbio “não” atrai o “se”.

Em um plano mais avançado, registra-se que – com verbos no futuro do presente ou do pretérito – deve haver a mesóclise. Mais uma vez, assim sendo, exclui-se a letra D, pois a forma correta é: “...manter-se-iam o arcabouço democrático e a livre-iniciativa.”.

Enfim, para se chegar à resposta correta, basta utilizarmos o parâmetro, uma espécie de mantra da colocação pronominal: termos monossilábicos, negativos, indefinidos, invariáveis, que NÃO se classificam como substantivos comuns, funcionam como palavras atrativas. Na opção E, a palavra “recentemente”, advérbio temporal, que não se encaixa como substantivo comum, é fator para a próclise – pronome corretamente posicionado antes do verbo “arrogou”.

Espero que, em seu cotidiano, o “mantra” da colocação pronominal seja útil.

Um abraço, até a próxima e siga-me pelo Twitter!

 

Diogo Arrais
@diogoarrais
Professor de Língua Portuguesa – Damásio Educacional
Autor Gramatical pela Editora Saraiva
Acompanhe tudo sobre:Concursos públicosDicas de PortuguêsGramática

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