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Como fazer para estudar fora do país? Confira o guia completo

Quer estudar no exterior de graça? Qual o melhor país para fazer intercâmbio? Confira as respostas para dúvidas comuns sobre estudar fora

 (Halfpoint/Getty Images)

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Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 15 de maio de 2021 às 15h00.

Última atualização em 17 de maio de 2021 às 10h40.

O primeiro passo para planejar um intercâmbio é descobrir quais programas e destinos irão atender às expectativas e objetivos do estudante. Em seguida, vêm os exames de proficiência, editais de bolsa, preparação dos documentos para a candidatura e para o visto. Ufa! Acabou? Não! Ainda é preciso definir onde morar e entender como será a vida por lá.

Passar por estas etapas com tranquilidade e munido de informações é fundamental para que o tão sonhado intercâmbio não traga frustrações ou mesmo acabe antes de começar: já pensou ser barrado na imigração porque o visto de estágio não é o correto?

Quais os melhores programas?

Seja para fazer um curso de idiomas, ser voluntário ou aliar estudos e trabalho, existem inúmeros programas de intercâmbio disponíveis. Os mais recorrentes são intercâmbios de idiomas, geralmente com duração de três a seis meses. Neste caso, é importante que o estudante garanta que está matriculado em uma turma do seu nível de fluência e tenha clareza sobre as expectativas do programa.

Um estudante que saia do zero e que tenha pouco tempo disponível, por exemplo, não vai alcançar o nível avançado em um só passo. “Se a pessoa tiver um período menor para ficar fora, não existe milagre, mesmo com a imersão total e o contato com o idioma 24 horas por dia”, esclarece Luiza Vianna, gerente de produto da CI Intercâmbio.

Por outro lado, quem já possui um nível intermediário ou avançado e deseja apenas adquirir segurança no idioma poderia mirar em programas ou cursos combinados, oferecidos por diversas instituições de ensino superior. Mirando uma mudança de carreira, por exemplo, um estudante pode aliar o curso de inglês em uma universidade estrangeira a matérias de um MBA.

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Intercâmbio Acadêmico

Um bom começo para quem já está cursando universidade no país é tentar se informar de convênios e parcerias firmados entre a própria faculdade com outras no exterior. “Convênios são boas opções para aproveitar os créditos e diminuir o tempo de curso”, sugere Thaïs Burnmeister, consultora de educação internacional.

Caso não existam convênios, ou o estudante não tiver sido aprovado para as vagas disponíveis, é possível “tentar por fora”, explica Thaïs, por meio de agências de intercâmbio ou entrando em contato diretamente com as universidades. Nos sites de cada instituição é possível conferir as opções de programas para alunos estrangeiros e as instruções para se inscrever.

Neste caso, ter um bom desempenho acadêmico é fundamental. Quanto melhor o histórico escolar, maiores as chances de o candidato ser aceito pela universidade que almeja e maior o leque de opções que terá, independentemente de estar se candidatando pela universidade ou “por fora”. “É muito importante ter um bom desempenho para ser mais competitivo”, argumenta a consultora.

Alternativas que não dependem de investimentos tão altos são cursos de curta duração, como Summer School, que duram de um a três meses. Geralmente voltados à prática do idioma local, são uma boa opção para quem ainda precisa adquirir fluência.

Intercâmbio com trabalho remunerado

Você quer estudar fora, mas não tem dinheiro suficiente para pagar pelo intercâmbio? Um programa de intercâmbio com trabalho remunerado durante as férias pode ser a solução para você. Essa é uma modalidade também bastante procurada por universitários que não desejam adiar a graduação, mas querem ter uma experiência no exterior antes de darem início às suas carreiras.

No caso dos Estados Unidos, o programa é formatado pelo governo do país e intermediado no Brasil por agências de intercâmbio. A ideia é recrutar mão de obra para trabalhar em locais como parques temáticos, estações de esqui, restaurantes e hotéis, cumprindo funções como as de garçom, recepcionista e hostess. Podem participar da atividade estudantes universitários de até 26 anos. A viagem deve acontecer estritamente durante as férias acadêmicas, e costuma ter duração de um a quatro meses.

Outra opção para quem deseja adquirir experiência profissional são os estágios remunerados no exterior. Existem vagas em diversos lugares do mundo e para as mais diferentes áreas de atuação.

Também é possível trabalhar durante o intercâmbio acadêmico em alguns países. Na Irlanda e no Canadá, por exemplo, estudantes podem trabalhar até 20 horas por semana enquanto estudam, e até 40 horas por semana durante as férias — contanto que cumpram os devidos requisitos para o visto. Na Austrália, essa possibilidade também existe.

O ideal é pesquisar bastante sobre o programa e o destino antes de ir. Ofertas de Work & Study (nas quais o participante trabalha por um período e estuda depois, ou vice-versa) também podem ser interessantes. Mas é importante pesquisar bastante para não cair em ciladas.

Tudo que você precisa saber sobre estágio no exterior

O estágio é remunerado? Depende do programa. De qualquer forma, a remuneração cobre os custos básicos e não inclui gastos com passagem aérea ou taxas da agência.
Quais áreas podem ir? Todas, exceto saúde, que tem diversas restrições ao contato com pacientes. A maior parte das vagas, porém, está nos segmentos de tecnologia, engenharia e hotelaria.
Como encontrar vagas? Nos sites das empresas ou por meio de agências de intercâmbio.
Tenho vaga, já posso ir? Não. Para ser válido, o acordo deve ser reconhecido por órgãos dos dois países – o que também é fundamental para a obtenção do visto de trabalho temporário.
Quais são os pré-requisitos? Ter entre 18 e 32 anos, ter formação na área de interesse, e possuir nível intermediário na língua do país de destino.
Quais são os países mais concorridos? Canadá e Estados Unidos.

Destinos possíveis

Só de pensar em passar um tempo fora do Brasil, vêm à mente alguns países mais conhecidos. São destinos comuns para o intercâmbio acadêmico que acabam se repetindo na procura por vagas de estágio, e incluem Estados Unidos, Canadá e Inglaterra. Estes não apenas são os mais procurados pelos estudantes como também oferecem um número maior de vagas, com a intenção de internacionalizar cada vez mais as empresas e instituições locais.

Portugal também vem se tornando um destino muito procurado para brasileiros desejando fazer intercâmbio. O fato de a língua oficial de lá também ser português é apenas um dos fatores que contribuem para isso. E para quem busca treinar inglês, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e até a Ilha de Malta são destinos comuns.

Na contramão, há quem opte por países que fujam dos roteiros tradicionais e que têm menos procura — seja por terem oportunidades para quem deseja praticar um idioma diferente, seja por terem um custo de vida mais em conta. França, Alemanha, Japão, Argentina e outros destinos de intercâmbio acabam aparecendo nesses casos.

“Em um mesmo país, se o aluno escolher uma cidade menor ou maior, isso já impacta muito. Há uma diferença grande entre escolher Bristol ou Londres, ambas no Reino Unido”, explica Luiza Vianna, gerente de produto da CI Intercâmbio.

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Intercâmbio nos Estados Unidos

Os EUA ainda são um dos destinos de intercâmbio mais procurados por brasileiros, mesmo que a valorização do dólar frente ao real torne a experiência mais cara. Os motivos são vários: o país tem algumas das melhores universidades do mundo, uma grande diversidade de pessoas e culturas e, é claro, é um excelente local para quem deseja aprender inglês!

Também vale notar que a oferta de programas de intercâmbio no país é elevada. Existem desde cursos curtos de inglês até graduação, pós-graduação, certificates e extensions, MBA, doutorado e mais! Essa variedade, ao mesmo tempo, pode deixar o viajante um pouco confuso quanto ao que deseja estudar por lá, e onde!

Sim, onde! Porque os Estados Unidos são um país grande, e a experiência de alguém que fez intercâmbio em Nova York pode ser radicalmente diferente da de quem foi para San Francisco, ou de quem foi para Austin. Confira neste post tudo que você precisa saber sobre intercâmbio nos Estados Unidos.

Intercâmbio no Canadá

Um pouco mais ao norte dos EUA está o Canadá, outro destino que também interessa muitos brasileiros. Ter o inglês como idioma oficial contribui para isso — muitos brasileiros que querem estudar a língua acabam preferindo o intercâmbio no Canadá, já que o câmbio é um pouco mais favorável.

Mas além disso, o país também tem uma série de outros atrativos. Excelentes universidades, cidades bem equipadas para receber estrangeiros e um padrão de vida muito elevado são algumas delas. E quem não pretende estudar inglês também pode fazer um intercâmbio de francês para o país! Saiba mais sobre como fazer intercâmbio no Canadá neste post.

Intercâmbio na Irlanda

Para quem quer fazer intercâmbio de inglês, deseja conhecer a Europa e quer economizar tanto quanto possível, a Irlanda é o destino a escolher. O país, que fica perto do Reino Unido (mas não faz parte dele!) oferece destinos mais acessíveis do que Londres ou Edimburgo. E agora que o Reino Unido não faz parte da Europa, visitar a Irlanda é a melhor maneira de seguir viagem para outros países do bloco europeu na sequência.

Ao mesmo tempo, a Irlanda também tem muito a oferecer por si só. Universidades históricas como a Trinity College Dublin e uma enorme oferta de cursos de inglês para estrangeiros são algumas delas. A cena cultural vibrante da capital Dublin e de outras cidades, como Galway, também são ótimos motivos para conhecer o país de Oscar Wilde e James Joyce. Se interessou? Veja aqui tudo sobre o intercâmbio na Irlanda!

Qual é a idade certa para fazer?

De acordo com a especialista em educação internacional Andrea Tissen, não há uma idade certa para fazer intercâmbio. “O que importa é planejar a viagem a partir de um entendimento da história, perfil, forma de ser, momento de vida e motivação de cada um. Porque são esses detalhes que vão marcar o aproveitamento de uma vivência fora do país”, explica ela.

Idade não traduz maturidade nem a forma como enfrentamos desafios. E é exatamente por isso que é tão importante avaliar cada caso quando alguém quer estudar fora. Para adequar o tamanho do desafio à pessoa em questão. Por isso, há diversas opções de intercâmbio de ensino médio – que incluem um acompanhamento mais próximo do estudante que ainda está em fase formativa – até opções de um período sabático para quem está “na melhor idade”. “Mesmo que já tenha viajado muito, esta pode ser a sua grande oportunidade de experimentar uma vivência internacional”, completa a especialista.

Intercâmbio de graça?

O primeiro passo para estudar fora em tempos de crise, diz o educador financeiro Reinaldo Domingos, é colocar tudo no papel: dos objetivos com a viagem aos gastos para se viver no exterior. “Para poder enxergar todos os valores e logísticas envolvidos, é preciso fazer um diagnóstico que começa com saber o que se quer”, afirma ele, que é autor do livro Terapia Financeira e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin).

Para a maioria dos estudantes, isso significa estabelecer um orçamento para cada necessidade desse período e ter em mente o que será necessário em cada aspecto. Nesse planejamento, vale a regra de ouro: quanto antes, melhor. Isso possibilita que o aluno consiga juntar o dinheiro destinado à experiência no exterior, e também distribuir os gastos. Comprar passagens, bancar o visto, arranjar uma acomodação adequada… Tudo entra em um longo check-list que deve ser iniciado o mais cedo possível.

Uma vez ciente de todos os gastos envolvidos, é chegado o momento de procurar fontes de financiamento: há diversas organizações (incluindo as próprias escolas e governos) que oferecem bolsas de estudos; além disso, fique atento a competições que oferecem como prêmios viagens ou cursos. Por fim, há ainda a opção de fazer um crowdfunding e contar com a sua rede para conquistar o sonho!

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O significado de Intercâmbio para a vida

Flexibilidade, adaptabilidade a diferentes modos de pensamento e, naturalmente, domínio de línguas estrangeiras são habilidades essenciais a quem deseja desenvolver uma carreira global. Esse é o seu caso? Recrutadores são unânimes em dizer que, para cargos em organizações internacionais, empresas multinacionais ou consultorias, estudar fora é diferencial.

Há mais de 20 anos viajando e morando em diferentes países por conta de sua carreira, Carlos Watanabe, diretor para América Latina na Dolby Laboratórios, afirma que sente no seu dia-a-dia a aplicação de habilidades que adquiriu em experiências como estágio e um MBA no exterior. Entre elas, ele destaca ter resiliência e cabeça aberta para as diferentes formas de trabalhar.

O significado do intercâmbio, e o impacto que ele terá na trajetória pessoal e profissional do estudante, depende das oportunidades que ele aproveita durante a experiência. “Não é só fazer as malas e ir. É preciso aproveitar a oportunidade para desenvolver características e habilidades que a sua carreira dos sonhos vai exigir”, explica Ricardo Ribas, gerente executivo da empresa de recrutamento Page Personell.

O que muda com a pandemia?

Naturalmente, a pandemia da COVID-19 mudou bastante o cenário para quem quer fazer um intercâmbio. Ao longo de 2020 e 2021, muitos países fecharam suas fronteiras internacionais, e viajar para alguns locais tornou-se, de repente, impossível. De abril para junho, alguns desses países — especialmente no leste, como Austrália e Nova Zelândia — conseguiram controlar a situação e começaram a afrouxar as restrições de viagem.

Mesmo assim, alguns pontos seguem sendo importantes de se destacar. Os Estados Unidos, um dos destinos mais procurados por intercambistas, foi o país mais afetado no mundo pela pandemia, e as emissões de visto de estudante para os EUA estão suspensas. Além disso, o país atualmente não permite a entrada, em seu território, de estrangeiros que tenham estado no Brasil nos 14 dias anteriores à sua chegada. Ou seja: brasileiros dificilmente poderão entrar no país.

Em outros países, a situação pode ser diferente. A Nova Zelândia, por exemplo, já conseguiu zerar os casos de transmissão local da COVID-19 e começou a afrouxar suas restrições de viagem. Na Austrália, a situação é parecida. Em todo caso, antes de escolher um destino em 2020, é essencial verificar junto ao consulado como estão os processos de emissão de visto e as restrições de viagem!

Agora, se você tem o plano de fazer intercâmbio só mais para frente, 2020 é um ótimo momento para se planejar! Você pode aproveitar o tempo extra em casa para pesquisar sobre destinos e programas que podem ser interessantes para você! Países como Canadá, Irlanda, África do Sul, Malta, Coreia do Sul, Japão e China devem retomar, em 2021, o recebimento de intercambistas. E quando isso acontecer, você já estará com tudo pronto para viajar!

Mais que isso: sabemos que o mais importante não é estar fora, e sim viver com intensidade as oportunidades que a experiência oferece. Por isso, trouxemos também um especialista em recrutamento, que dá dicas sobre as habilidades esperadas de quem passou um período no exterior, e três histórias de estudantes que, com vivências internacionais diversas, se desenvolveram pessoalmente e impulsionaram sua carreira. Faça um pequeno cadastro e acesse nosso guia!

Outros e-books gratuitos do Estudar Fora:

Como se preparar para conseguir bolsas para estudar fora
Como aproveitar ao máximo sua experiência internacional
Especial: cursos de idiomas no exterior
Guia gratuito com 10 destinos fora do comum para estudar fora

E algumas dúvidas extras:

Que tipos de programas de intercâmbio existem?

Os mais comuns são intercâmbios de idiomas, geralmente com duração de três a seis meses. Há também programas combinados (do tipo “inglês para negócios”) para quem já tem um nível mais avançado. Também há intercâmbio acadêmico, intercâmbios de trabalho voluntário e intercâmbios de trabalho remunerado.

Qual é o melhor programa de intercâmbio?Depende da sua intenção. Para quem quer aprender um novo idioma e viajar, intercâmbios de idioma são uma boa escolha. Para quem tem um nível mais avançado, programas combinados ou intercâmbio acadêmico também são uma boa escolha. Quem tem foco em impacto social também pode buscar por oportunidades de intercâmbio voluntário.

Qual é a idade certa para fazer intercâmbio?Não há uma idade certa! O que importa é planejar uma viagem que faça sentido com as suas motivações, o seu perfil e a sua história de vida. Com isso em mente, pessoas de qualquer idade podem aproveitar a experiência.

Existe intercâmbio de graça?Intercâmbio de graça é bem raro — às vezes, é possível achar oportunidades de trabalho voluntário no exterior que arcam com alguns custos do estudante (como passagens ou estadia). Mas há organizações que oferecem bolsas de estudo para pessoas interessadas em fazer intercâmbio, o que é mais comum.

Quais são os destinos de intercâmbio mais comuns?Estados Unidos, Canadá e Inglaterra são muito procurados por quem quer aprender inglês, e costumam ter muitas vagas e opções de programas. Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e Ilha de Malta também são populares nesse sentido. Portugal também vem se tornando um destino muito procurado por brasileiros.

Como um intercâmbio pode impactar minha carreira?Recrutadores são unânimes em dizer que, para cargos em organizações internacionais, empresas multinacionais ou consultorias, estudar fora é diferencial. Mas não é só fazer as malas e ir. É preciso aproveitar a oportunidade para desenvolver características e habilidades que a sua carreira dos sonhos vai exigir.

"Intercâmbio: o que é, que tipos existem e como fazer para estudar fora" foi originalmente publicado pelo portal Na Prática da Fundação Estudar.

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