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Como fazer faculdade nos EUA sem ter nascido em “berço de ouro”

Programa apoia jovens brasileiros a serem admitidos com bolsas de estudo integrais em universidades americanas

EducationUSA: O programa receberá inscrições até 13 de janeiro de 2020 (getty/Getty Images)

EducationUSA: O programa receberá inscrições até 13 de janeiro de 2020 (getty/Getty Images)

Janaína Ribeiro

Janaína Ribeiro

Publicado em 12 de dezembro de 2019 às 06h30.

Última atualização em 12 de dezembro de 2019 às 14h35.

Fazer uma graduação nos Estados Unidos pode parecer uma missão impossível, ainda mais se faltar uma parte essencial para todo o processo: dinheiro.

Os custos para que o estudante se prepare para as provas de ingresso nas universidades americanas parecem só tornar o sonho ainda mais distante. Aulas com orientadores, materiais de estudo, provas de proficiência na língua inglesa, visto, passaporte e tradução de documentação fazem parte do investimento.

Pensando nisso, o programa Oportunidades Acadêmicas receberá inscrições até 13 de janeiro de 2020 de estudantes do ensino médio sem condições financeiras para arcar com os custos preparatórios.

Oferecido há 13 anos pelo EducationUSA – órgão oficial do governo americano para estudos nos EUA – o programa apoia jovens brasileiros do ensino público e privado (bolsistas) a serem admitidos com bolsas de estudo integrais em universidades americanas.

A candidatura pode ser realizada pelo site www.educationusa.org.br, onde será preenchido um formulário online e feita uma redação, em inglês. Também será necessário o envio de documentos acadêmicos (como histórico escolar) e financeiros, que atestem a baixa renda da família do estudante.

Requisitos

Para aceitação no programa, será imprescindível o domínio da língua inglesa e alto potencial acadêmico. Ter participado de atividades extracurriculares, como: olimpíadas de matemática, científicas ou trabalhos voluntários, também aumentam as chances do ingresso.

Após aceito, o estudante terá direito a 2.500 horas anuais de mentoria com um orientador do EducationUSA, material de estudo para todos os testes aplicados, como: TOEFL, IELTS, SAT, ACT; tradução de documentos acadêmicos, visto americano, passagem aérea e acomodação para realização das provas.

Até hoje, o programa auxiliou mais de 300 alunos a ingressarem em uma das 360 universidades americanas que oferecem este tipo de bolsa.

 “Estudar nos EUA é mais fácil do que a gente pensa”

Bolsista integral em Relações Internacionais e Economia pela Wake Forest University, na Carolina do Norte, Raniery Mendes, 20, foi aluno do colégio federal Dom Pedro II, no Rio de Janeiro. Segundo ele, se alguém um dia falasse que ele estudaria fora do país, “jamais acreditaria”.

Proveniente de uma família pobre, diz que graças a educação se vê hoje como um ponto fora da curva. Inspirado na irmã mais velha, formada em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e única aluna negra da sala na época, afirma que quando estava finalizando o ensino fundamental percebeu que tinha que fazer algo para o seu futuro. Entrou em um núcleo de pesquisas sobre direitos humanos e não parou mais de se envolver em trabalhos extracurriculares.

“Vi uma postagem do Oportunidades Acadêmicas, e entrando na página deles, percebi que alunos da escola onde eu estudava tinham conseguido passar no processo. Pensei na hora que isso também seria possível para mim”, afirma.

Aluno internacional desde agosto de 2018, Mendes diz que se não fosse pelo programa, não teria chance de estudar nos EUA. Questionado sobre o que fazer para ser aceito pelo EducationUSA, afirmou: se dedicar 100% aos estudos, ter bom desempenho acadêmico e não perder tempo com atividades extras que não goste.

Mendes tem planos de terminar o bacharel e em sequência, fazer um mestrado e doutorado no exterior, já que no Brasil não enxerga incentivos. “Infelizmente é muito difícil se manter enquanto estudante no nosso país”.

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