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Como criticar seu chefe: dicas para discordar sem desagradar

Especialistas dão conselhos para evitar saia justa com o chefe na hora da crítica

Antes de conversar com o chefe, o profissional deve avaliar os riscos e evitar saia justa (Divulgação)

Antes de conversar com o chefe, o profissional deve avaliar os riscos e evitar saia justa (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2011 às 09h24.

São Paulo - O projeto não vai sair como o planejado, o chefe está deixando de fazer algo importante ou ele está simplesmente errado. Ter jogo de cintura para criticar o superior em hierarquia sem que isso traga prejuízos para o profissional ou ambiente de trabalho é uma habilidade para poucos.

De olho no desafio de discordar ou fazer críticas ao chefe sem que isso envolva desdobramentos negativos, especialistas apontam o guia de sobrevivência para a hora da crítica:

1. Assuma o risco

Nem todo chefe consegue administrar críticas de subordinados. “Em um ambiente de trabalho ideal, o chefe oferece a liberdade para que os profissionais discordem dele, mas não é sempre que isso acontece “, diz Orlando Pavani, diretor da consultoria Gauss.

O risco é o chefe não querer ouvir o que o profissional quer dizer, por isso é importante avaliar antes a postura dele e o relacionamento entre os dois. Por mais que a relação seja amigável e democrática, vale a pena refletir sobre as consequências que uma possível crítica pode significar para a relação.

“É importante conhecer o estilo do chefe para encontrar um canal de comunicação adequado, para que a conversa flua sem maiores problemas”, indica Elaine Saad, gerente da Right Management do Brasil.

Quem conseguir administrar bem a situação, pode, inclusive, tirar um saldo positivo da situação: ter pontos contados a favor e tornar a relação com o chefe mais próxima.

2. Mantenha a discrição

A crítica ao chefe deve ser direcionada diretamente a ele e não aos colegas de trabalho, até mesmo para evitar um clima desagradável no escritório. “Ele não pode perceber que há um tom de insubordinação”, alerta Pavani.


Elaine aconselha que o profissional evite cair na armadilha da fofoca. “Comentar com colegas de trabalho pode gerar mal-estar e não atingir o ponto principal da crítica ou discordância, que é tornar melhor o fluxo de trabalho ou projeto em andamento”, explica.

3. Escolha o momento certo

Ser discreto significa também escolher o timing correto para a abordagem. Criticar o chefe afeta a autoridade dele, por isso não é indicado resolver falar na frente de outras pessoas. “O profissional deve evitar fazer a crítica em reuniões, por exemplo, porque isso significa, em geral, uma atitude impulsiva e que pode gerar desconforto”, diz Elaine.

Uma alternativa é agendar previamente um encontro com o chefe em que os dois possam conversar sem serem importunados e resolverem as questões pendentes. Além disso, é importante estar seguro sobre o que será falado, porque uma vez iniciada a conversa, ela precisa ser produtiva.

4. Seja descritivo e objetivo

“Há o feedback avaliativo e o feedback descritivo. A segunda opção é a melhor escolha”, diz Pavani. O consultor explica que a crítica levantada deve ser focada em fatos e nas consequências profissionais, sem cair em julgamentos pessoais baseados apenas na interpretação feita pelo funcionário.

Expressar o descontentamento de forma emocional torna mais difícil a tarefa de convencer o chefe a concordar com o ponto apresentado. Evitar o tom de ataque e o uso de palavras negativas, além de apostar na forma “delicada” de abordagem. são estratégias mais suscetíveis ao sucesso.

Vale apostar também no que a mudança de atitude do superior pode trazer de resultado positivo para o fluxo de trabalho. “Em vez de dizer o que o chefe está deixando de fazer, melhor mostrar o que pode ser feito para que o trabalho seja melhor executado”, aconselha Elaine.


Falar calmamente e com a escolha das palavras certas, olhando no olho do interlocutor, também sinaliza que o profissional está em “missão de paz” e auxilia para que o chefe não fique na posição defensiva.

5. Esteja pronto para a reação

Os riscos foram calculados, a estratégia estabelecida e a conversa ocorreu dentro do padrão de civilidade entre funcionário e chefe. Mesmo assim, o resultado não saiu como o esperado.

“A depender do porte da empresa, o funcionário deve recorrer à area de Recursos Humanos e conversar com o responsável pelo setor. Nas empresas menores, se não há como reverter o quadro e o ambiente de trabalho se tornou ruim, talvez seja a hora de procurar um novo emprego”, aconselha Elaine.
 

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