Ao tentar ajudar o colega de trabalho, corre-se o risco de desestruturá-lo emocionalmente (Alexandre Battibugli/EXAME)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2012 às 13h00.
São Paulo – Diante dos boatos de demissão, a vontade é avisar o colega de que ele corre risco de perder o emprego para que ele se prepare emocionalmente e estrategicamente. Entretanto, para a especialista Lígia Marques, consultora em etiqueta e marketing social, o assunto diz respeito somente ao chefe e à pessoa que será demitida.
“Você só aumentará o sofrimento do colega e irá desestruturá-lo emocionalmente, pois a cada momento que o chefe chamar, ele temerá receber a notícia”, explica Licia Egger, consultora de etiqueta corporativa.
Para as especialistas, até o momento em que o chefe ou o RH anuncie o desligamento do profissional, é melhor evitar alimentar a “rádio peão”. “Muitas vezes é um boato, cada um que conta e aumenta um pouco. Ao comentar sobre o assunto com outros colegas, você pode levar a consequências que antes não haveria”, diz Lígia.
Licia afirma que nem sempre uma conversa que foi ouvida de uma possível demissão é real, afinal há possibilidades como a da pessoa ser deslocada para outro departamento ou projeto. “Qualquer comentário pode atrapalhar em vez de ajudar, pois o colega pode passar a agir como se estivesse fora da empresa quando ele efetivamente ainda faz parte”, explica.
Caso o colega de trabalho envolvido seja um amigo próximo, é considerável que ele seja avisado de que surgiu um boato. Licia explica que se o colega for desligado por razões comportamentais, este não prestou atenção nos sinais que o chefe ou a equipe mostraram. “Ninguém é desligado de uma hora para outra”, afirma.
E se o envolvido perguntar diretamente se sabe de algo, a melhor resposta, de acordo com Ligia é: “Realmente ouvi alguns boatos, mas acho que você deve esclarecer diretamente com seu chefe. É seu direito saber o quanto antes e, de repente, nessa conversa, consegue reverter a situação se for verdadeira”.