Marcelo Tas: jornalista promove o humor (Divulgação/Band)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2014 às 13h51.
Fim de Copa! Sofremos uma “heptagoleada” e, no ritmo brasileiro de encarar o dia a dia, comediantes e humoristas espalharam duras críticas e piadas pelos principais veículos de comunicação.
Os programas esportivos, dos principais canais, fizeram questão de escalar “comediantes”, “humoristas” e “comediantes-humoristas” para os comentários. O que chama a atenção é o uso praticamente aleatório dos termos “humorista” e “comediante”.
Cresceu muito, no Brasil, o famoso “Stand Up Comedy”, que, por ser tão brasileiro, não merece a alcunha estrangeira: aqui, pelas sátiras tipicamente tupiniquins, a vertente teatral deve ser chamada de “Comédia em Pé”. Explico já!
Pelo Novo Acordo Ortográfico, expressões com conectivos que não se refiram à Botânica ou à Zoologia perderam o uso de hífen: “dia a dia”, “pé de moleque”, “fim de semana” não são mais hifenizados; “joão-de-barro”, “tigre-de-dente-de-sabre”, “copo-de-leite”, pela relação com o meio zoológico e botânico, respectivamente, continuam hifenizados.
Seguindo o citado princípio ortográfico, o próprio Dicionário Houaiss traz a expressão análoga “comédia de arte” sem o bendito sinalzinho. Vários gramáticos e linguistas argumentam que o hífen não poderia ter saído, assim, “pelas metades”.
Na Comunicação, com o sucesso do brasileiro gênero da Comédia em Pé, deve-se, pois, diferenciar o “comediante” do “humorista”. Vejamos:
O comediante é o sujeito da brincadeira, da palhaçada, da piada em todas as suas formas – o objetivo é fazer a alegria.
O humorista, predicativo mais formal, é o sujeito ligado aos roteiros, à Arte, o que escreve; em tese, mais “fino”, como o eterno Chico Anysio.
“Paulinho Serra, genial ator da Comédia em Pé, com suas feições cômicas, já nasceu comediante. Após intensos estudos teatrais, começou a escrever textos de Humor e tornou-se, também, humorista.”
“O jornalista Marcelo Tas, em inteligentes textos e publicações, promove o Humor com conteúdo; seu parceiro, Marco Luque, por se vincular ao texto, é comediante-humorista.”
Por isso, então, que um camarada pode ser “comediante-humorista”? Exato! Sem se esquecer do hífen nas formações de cargos, títulos ou gentílicos, como o “mato-grossense que se consagrou como advogado-geral” ou o “sul-rio-grandense com o cargo de diretor-geral”.
Em relação ao gênero, os substantivos “comediante” e “humorista” são de dois gêneros: o/a comediante; o/a humorista. Dizem alguns críticos sobre a tendência natural para “comedianta”. Conhecendo a metáfora ácida daqueles que fazem a Comédia em Pé, as possíveis “comediantas” seriam alvo do cacófato politicamente incorreto.
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