São Paulo - Começo de ano é tempo de planejamento. Esta é a época em que damos vazão a todos os nossos anseios por mudança. Resolvi dedicar meu primeiro artigo de 2011 a todos os gestores e líderes que leem esta coluna, pensando em experiências que vivenciei ano passado. Em minhas palestras e treinamentos percebi que o mau exemplo vem quase sempre da atitude do gestor. 

Como posso pedir a um grupo de profissionais que priorize sempre o cliente ou o fornecedor se o diretor da empresa insiste em permanecer dentro da sala de aula atendendo a todas as chamadas recebidas pelo celular? Difícil pedir pontualidade a um profissional cujo chefe sempre se atrasa para as reuniões e demais compromissos com a equipe. 

E o que dizer do gestor destemperado, que trata a todos com indelicadeza, gerenciando pelo terror e se comunicando por meio de berros? Como pedir à equipe desse gestor que interaja com clientes e fornecedores com delicadeza e atenção? E o executivo Don Juan? Se você deu sorte e ainda não cruzou com nenhum deles, espero que esse privilégio siga lhe acompanhando. 

Como exigir atitude do time se o exemplo que vem de cima é de um gestor que se comporta de forma desrespeitosa e machista? Todos os maus líderes que encontrei ao longo do ano passado são fruto de culturas corporativas problemáticas, que acabam por criar executivos arrogantes e prepotentes, que mais se parecem com os antigos senhores feudais. 

Esses líderes precisariam urgentemente calçar as sandálias da humildade. Ou você ainda não passou pela experiência horrorosa de ser atendido por alguém que o tempo todo parece desdenhar de sua capacidade cognitiva? E os que se acham mais importantes que os clientes, então: esses são duros de aguentar e dificílimos de serem engolidos. A atitude do líder é fundamental para construir um ambiente de respeito e profissionalismo. A atitude "Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço" não funciona nem com as crianças pequenas.