A primeira prova do CNU 2025 está prevista para o dia 5 de outubro (Wavebreakmedia Ltd/Thinkstock)
Repórter
Publicado em 19 de julho de 2025 às 17h36.
Última atualização em 19 de julho de 2025 às 17h37.
O Concurso Nacional Unificado (CNU) deste ano, conhecido também como ‘Enem dos Concursos’, traz uma mudança importante para os candidatos de nível superior: a prova objetiva não terá questões específicas de língua portuguesa. No entanto, isso não significa que o domínio do idioma deixou de ser relevante. Pelo contrário - segundo professores do Gran Concursos, durante coletiva realizada na última semana, a interpretação de texto será fundamental para o bom desempenho,
“Não é porque não terá questões objetivas de língua portuguesa que não será cobrada a gramática. A língua portuguesa será avaliada na prova inteira. Será cobrada nas questões em interpretação de texto, mas sobretudo, entre os blocos 1 e 7 (que têm vagas de nível superior) a correção da redação será 50% gramática”, diz Letícia Bastos, professora do Gran Concursos, especialista em português.
A mudança tem relação com a banca deste ano. Diferente da abordagem mais tradicional da Cesgranrio, responsável pela primeira edição do CNU, a FGV prioriza questões que exigem leitura atenta, análise crítica e aplicação prática das regras gramaticais dentro dos textos.
“A FGV tem um histórico de provas que exigem não apenas conhecimento teórico, mas também capacidade de análise, articulação textual e leitura precisa”, afirma Bastos.
Abaixo, veja outras dicas de Letícia Bastos, professora do Gran Concursos, para quem vai participar do CNU este ano.
A Cesgranrio, responsável pela primeira edição do CPNU, é conhecida por aplicar provas mais objetivas, com enunciados curtos e questões mais diretas. Já a FGV possui um perfil mais exigente e sofisticado: cobra interpretação de textos complexos, explora sutilezas semânticas e gramaticais, além de trazer enunciados longos, muitas vezes com pegadinhas ou alternativas semelhantes.
Na prática, isso significa que a prova tende a ficar mais difícil, sobretudo para os candidatos que não estão habituados ao estilo da banca.
Com a banca definida, é o momento de ajustar o foco do estudo ao estilo da FGV. A principal dica é treinar com questões anteriores da própria banca, especialmente em Língua Portuguesa, Raciocínio Lógico e nas áreas específicas de cada bloco temático. Também é importante investir em leitura interpretativa, aprofundar a parte normativa da gramática e praticar a escrita, considerando que a FGV costuma aplicar provas discursivas com alta exigência de clareza, coesão e argumentação.
A revisão sistemática, o uso de simulados e a resolução de provas passadas são estratégias essenciais para desenvolver familiaridade com o padrão da banca.
A mudança de instituição foi recebida com surpresa por muitos candidatos, especialmente por se tratar de uma transição da Cesgranrio para a FGV, duas bancas com perfis bastante distintos. No entanto, do ponto de vista técnico, a escolha da FGV também pode ser interpretada como uma tentativa de elevar o nível de exigência do certame, garantindo maior rigor acadêmico e seletividade. Isso reforça a importância de uma preparação focada, estratégica e adaptada ao novo padrão.
Essa é uma das áreas em que a diferença entre as duas bancas é mais evidente. Enquanto a Cesgranrio costuma focar em interpretação básica de texto e regras gramaticais aplicadas, a FGV exige domínio avançado da norma culta, análise sintática profunda, pontuação, coesão textual e vocabulário contextualizado nas redações. A banca cobra, por exemplo, uso de pronomes, colocação, regência e concordância em níveis mais sofisticados, além de explorar elementos estilísticos e efeitos de sentido — o que demanda uma leitura muito mais crítica e técnica do candidato.
As inscrições para o CNU vão até este domingo, 20, e podem ser realizadas direto no site da FGV. O concurso contará com duas provas neste ano. Veja as datas de todas as etapas do segundo "Enem dos Concursos".
Para mais informações, acesse o site do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).