O oitavo encontro do Clube CHRO contou com o painel mediado por Mafoane Odara, da Zamp, e participação de Ana Franzoti, da Unilever (Alan Teixeira /Divulgação)
Repórter
Publicado em 23 de março de 2024 às 11h53.
Quais são os desafios para as mulheres chegarem à liderança?
Essa esse foi o mote da oitava edição do Clube CHRO, evento realizado mensalmente pela EXAME e que reúne CHROs (Chief Human Resources Officer) de grandes companhias para troca de experiência e aprendizados.
O painel contou com a participação de duas mulheres que conquistaram destaque em grandes empresas: Mafoane Odara, psicóloga e diretora de Pessoas, Cultura e Transformação da Zamp, mediou o painel que contou com a participação de Ana Franzoti, diretora de Desenvolvimento Unilever.
O encontro, que contou com o apoio da Flash, empresa de tecnologia para benefícios corporativos flexíveis e people analytics, e foi realizado nesta quarta-feira, dia 20, no Restaurante Cantaloup, em São Paulo.
Entre os diversos assuntos que foram abordados no painel, como a importância da representatividade, da equidade salarial e de práticas para promover um ambiente mais inclusivo e seguro psicologicamente, a conversa também enfatizou a necessidade de ações intencionais para combater preconceitos estruturais e criar oportunidades iguais para todos.
“Quando a gente vai para uma organização, esse exercício de incluir, ele tem que ser muito intencional. E ele é muito individual e precisamos ficar se policiando, desde um comentário a expressões humanas”, diz Franzoti. “Tem muitos aspectos que estão impregnados que a gente precisa se policiar para não repetir, para não fazer. E o ambiente corporativo é um retrato da sociedade.”
Os participantes também compartilham suas experiências pessoais e profissionais, abordando desafios enfrentados por mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e outros grupos minorizados no ambiente de trabalho.
“A gente usa as palavras diversidade, equidade e inclusão como sinônimos e elas não são. Quando buscamos pessoas diferentes para o time aí temos a representação da diversidade,” diz Odara. “Já equidade é qualidade nos processos, como igualdade salarial entre os gêneros, e inclusão é a qualidade nas relações, é você criar condições para as pessoas poderem ser a melhor versão delas.”
A executiva da Zamp também reforça algumas expressões que ainda são comuns no cotidiano e que podem desconsiderar a diversidade logo no processo seletivo. “Por que a gente pergunta para uma mulher se ela tem filho? Por que a gente pergunta qual é a idade das pessoas? Por que a gente pergunta onde as pessoas moram? O que isso diz sobre a qualidade da competência que a gente está avaliando?”
Um dos executivos que participou do clube perguntou como ele, um diretor de RH, poderia se autoavaliar e conseguir ter um olhar mais inclusivo em relação a gênero.
“Primeiro você precisa ouvir, aprender e ser um facilitador. Hoje com uma diretora de RH a minha função é facilitar caminhos. Não tem um programa da organização que a gente não leve o tema de diversidade muito estrategicamente. Se fosse um homem na minha posição, deveria fazer a mesma coisa”, diz a diretora de RH da Unilever eu reforça que o grande papel do aliado é ele entender que primeiro ele tem oportunidade para melhorar e de que a agenda de DE&I não é apenas social.
“É muito recentemente a reflexão sobre como a diversidade nos atravessa. E costumo falar que a DE&I não é uma agenda social, é uma agenda econômica, porque quando você dá acesso a qualquer oportunidade que seja, você está dando acesso econômico, que transforma a percepção de futuro, o que você pode querer na vida.”
O terceiro encontro do Clube CHRO deste ano contou com representantes das seguintes empresas:
O Clube é um espaço seguro e intimista para interação, troca e está aberto à participação. Além do apoio da Flash, o evento conta também com o apoio da We Work.