O nono encontro do Clube CHRO contou com o painel de Marco Tulio Zanini, consultor e pesquisador sênior da FGV, e mediação de Bruno Leonardo, vice-presidente de Educação Corporativa da Exame (Eduardo Frazão/Exame/Divulgação)
Repórter
Publicado em 27 de abril de 2024 às 13h19.
O que gera confiança para você também pode gerar para o seu time, mas como estabelecer esse sentimento em sua empresa?
Esse foi o tema da nona edição do Clube CHRO deste ano, evento realizado mensalmente pela EXAME e que reúne CHROs (Chief Human Resources Officer) de grandes companhias para troca de experiência e aprendizados.
O painel contou com a apresentação do Marco Tulio Zanini, consultor e pesquisador sênior da FGV, e mediação do Bruno Leonardo, vice-presidente de Educação Corporativa da Exame.
O encontro, que contou com o apoio da Flash, empresa de tecnologia para benefícios corporativos flexíveis e people analytics, foi realizado nesta quarta-feira, dia 24, no Restaurante Dalva e Dito, em São Paulo.
Foi durante o mestrado e doutorado na Alemanha, em 2001, focados em ética nas organizações e a qualidade de vida no trabalho, que o pesquisador Marco Tulio Zanini se aprofundou no estudo sobre confiança - palavra que se tornou o eixo central de sua carreira acadêmica e profissional.
“Para começar, a confiança possui duas dimensões: competência e caráter. Uma é ser capaz de realizar uma tarefa e a outra é sobre integridade e honestidade.”
Após seus estudos, Zanini trabalhou na Fundação Dom Cabral, passou pelo Itaú, e agora está há 15 anos na Fundação Getúlio Vargas. A experiência tanto corporativa como acadêmica mostrou ao executivo como a confiança pode impactar diferentes contextos, como a economia, sociologia e antropologia – seja em uma comunidade ou empresa.
“Vi que a economia estudava confiança. A sociologia estudava confiança. A antropologia estudava confiança. Todo mundo estudava confiança, dentro de seus contextos”, diz Zanini. “Toda transação econômica tem um elemento de confiança. Ninguém se casa, faz amizade e nem monta uma boa equipe de trabalho sem esse elemento.”
Quando o recorte é nas organizações, Zanini explica que a confiança está ligada a uma série de outros conceitos que atualmente não mais comuns, como a segurança psicológica.
“Segurança psicológica é engajamento. Tem uma série de conceitos paralelos que, se você for entender, estão ligados a essa questão do vínculo”, diz o professor, que reforça que confiança está sempre ligada a duas realidades: vulnerabilidade e voluntariedade.
“Só confiamos na medida em que nos colocamos em uma relação de vulnerabilidade. E quando eu entro numa relação de confiança, eu me coloco em vulnerabilidade porque eu quero, seja ao confiar um projeto importante a um funcionário ou confiar a representação do seu trabalho por meio do seu chefe.”
Do ponto de vista institucional, Zanini explica que a confiança é um dado de realidade que está relacionado à produção e ao PIB dos países. “Existem vários estudos que correlacionam o PIB à confiança. Já na organização, a confiança é um elemento importante de uma cultura organizacional, e pode ser do tipo personalista ou profissional.”
Para exemplificar, o professor trouxe exemplos desses dois tipos de confiança que podem existir no mundo corporativo.
“Enquanto na confiança personalista existe o tratamento do amiguismo, da dívida moral e da autoproteção, na confiança profissional se destacam a competência, a meritocracia e a reputação pessoal”, afirma Zanini. “A integridade de um líder é crucial para fomentar um ambiente de trabalho baseado na confiança mútua.”
O Clube é um espaço seguro e intimista para interação, troca e está aberto à participação. Além do apoio da Flash, o evento conta também com o apoio da We Work.
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