Painel contou com a participação de Bruno Leonardo, VP da EXAME, Leonardo Cirino, CMO da Exame, e Mariana Albuquerque, fundadora da agência Sharp (Eduardo Frazão/Exame/Divulgação)
Repórter
Publicado em 22 de março de 2025 às 08h00.
No passado, a reputação de marca era construída com campanhas publicitárias, media training e discursos cuidadosamente moldados. Hoje, esse cenário mudou radicalmente: a reputação nasce no dia a dia da cultura corporativa e ganha força nas redes sociais — muitas vezes, a partir da voz de quem está dentro da empresa.
Esse foi o assunto do encontro do Clube CHRO, evento que reuniu C-Levels de Recursos Humanos nesta quarta-feira, 19, no restaurante Olea Mozzarella Bar, em São Paulo. Durante a palestra mediada por Bruno Leonardo, VP da EXAME, Leonardo Cirino, CMO da Exame, compartilhou aprendizados como cultura organizacional, employer branding e a força do conteúdo gerado por funcionários. Mariana Albuquerque, fundadora da agência Sharp, também participou do painel e comentou sobre a visão integrada entre marketing e RH para construir marcas fortes — por dentro e por fora.
O evento é realizado pela EXAME e conta com o apoio da Alelo, empresa de benefícios corporativos.
Para Cirino, que liderou a expansão da Smart Fit para 16 países, cultura forte é aquela que orienta a ação sem depender do comando e controle. “Na Smart Fit, vi um gerente improvisar uma aula de abdominal no estacionamento com uma caixa de som. Em vez de punição, ele virou referência. Cultura forte empodera e gera resultados”, afirma.
Esse olhar se estende à construção de marca empregadora. “Se a cultura interna é forte, ela naturalmente transborda para fora. Uma boa marca empregadora começa dentro”, afirma Albuquerque.
Enquanto muitas empresas investem em criadores de conteúdo para promover seus produtos, poucas percebem que têm uma força ainda mais poderosa em casa: seus próprios funcionários.
“Funcionários como influencers é o novo ‘boca a boca’. São os assuntos do cafezinho e as histórias reais da operação que constroem a reputação da empresa nas redes”, conta Cirino. Albuquerque completa: “Incentivamos que as pessoas postem sobre a empresa? Ou só comemora o influenciador externo? Tem ouro ali que precisa ser valorizado.”
Ela defende que a marca empregadora deve tratar seus funcionários como trata celebridades: com régua de relacionamento, escuta ativa e consistência.
Apesar da pressão por transparência, os líderes acreditam que o caminho da comunicação autêntica não precisa passar apenas pela exposição das falhas. “Não é sobre bater no que não está funcionando, mas sim sobre ter humildade para ouvir e corrigir. Comunicação autêntica é sobre olhar com verdade para a comunidade que você serve”, defende Mariana.
Já para Léo, a pluralidade de vozes dentro da empresa é o melhor caminho para evitar crises de imagem. “Ter diversidade no time evita erros de narrativa. Se você quer gastar 100 milhões de mídia para ofender alguém sem perceber, é porque faltou escuta antes”, alerta.
O evento contou com a presença de nomes de peso no cenário corporativo brasileiro, com representantes de empresas como Alelo, Alice, BTG Pactual, BTG Advisors, CI&T, Copastur, Dengo, Direcional Engenharia, EMAE, Endered, Figma, Fluke, Fortescue, Grupo Petrópolis, ICS, Na Prática, Nomad Global, Neobpo, Omoda Global, RD Station, Saint Gobain, Totvs, Viridien, Wickbold, Wiz Co, e Zamp.