O Citigroup foi o primeiro grande banco de Wall Street a impor uma ordem rigorosa de vacinação contra a Covid-19: quem não se vacinar corre risco de demissão (Emmanuel Dunand/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2022 às 13h39.
O Citigroup foi o primeiro grande banco de Wall Street a impor uma ordem rigorosa de vacinação contra a Covid-19: quem não se vacinar corre risco de demissão. O prazo para os funcionários tomarem a decisão está perto do fim e a instituição se prepara para tomar providências.
Funcionários que atuam nos escritórios e não cumprirem a determinação até 14 de janeiro serão colocados em licença não remunerada e desligados até o fim do mês, de acordo com um comunicado enviado a colaboradores e visto pela Bloomberg.
Alguns serão elegíveis a bônus de fim de ano, mas para receber o dinheiro precisarão assinar um termo se comprometendo a não processar judicialmente a instituição, segundo o comunicado.
Mais de 90% dos funcionários do Citigroup nos EUA cumpriram a regra, que também permite isenção por motivos religiosos ou médicos, de acordo com pessoas a par do assunto que solicitaram anonimato para discutir informações privadas.
O banco sediado em Nova York vem enfrentando mudanças nas leis em diferentes regiões dos EUA e críticas por alguns funcionários que ganharam a atenção do público, refletindo a polarização em torno da vacina em todo o país.
Uma porta-voz do Citigroup confirmou que mais de 90% dos funcionários cumpriram a regra e que esse percentual está subindo rapidamente, mas se recusou a fazer comentários adicionais.
A chegada da variante ômicron atrapalhou os planos das empresas americanas de trazer pessoal de volta ao escritório. Paralelamente, as exigências de vacinação impostas por empregadores foram parar nos tribunais. O Citigroup determinou que aproximadamente 70.000 colaboradores se vacinem e esta exigência é das mais rigorosas no setor financeiro dos EUA, que vem tentando tirar os funcionários do home office.
Rivais como Goldman Sachs Group e JPMorgan Chase também fizeram exigências de imunização, mas permitem que os funcionários não tomem a vacina se não entrarem nos escritórios.
Os mandatos de vacinação se tornaram um problema para empregadores em diversos setores — de hospitais a forças policiais e corporações — e já resultam em litígios e resistência por parte de alguns trabalhadores, apesar de haver amplo enquadramento de maneira geral. Nesta sexta-feira, a Suprema Corte dos EUA ouve argumentos sobre uma ordem da Casa Branca para que grandes empregadores exijam vacinas ou testes semanais de Covid, sinalizando mais mandatos adiante se a regra avançar.
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