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Ciência indica salário ideal para ser feliz - e não é tanto assim

Estudo sobre salário e felicidade traz uma conclusão surpreendente: o valor "mágico" para a satisfação com a vida pode ser menor do que você imagina

Empréstimo: Fintech de crédito aposta na recompensa para bons pagadores como um diferencial (TAW4/Thinkstock)

Empréstimo: Fintech de crédito aposta na recompensa para bons pagadores como um diferencial (TAW4/Thinkstock)

Claudia Gasparini

Claudia Gasparini

Publicado em 14 de fevereiro de 2018 às 17h07.

São Paulo — Quanto maior o salário, mais feliz é um profissional? Segundo um estudo publicado por psicólogos norte-americanos na revista “Nature Human Behaviour”, a resposta é “sim” e “não”.

A partir de dados de 1,7 milhão de pessoas aferidos pela Gallup World Poll, a pesquisa descobriu que, quanto maior a remuneração, maior o grau de satisfação com a vida. Mas só até um certo valor. Depois desse limite, quanto maior o número impresso no holerite, menor o grau de felicidade.

O salário ideal para “satisfação máxima com a vida” gira em torno de 95 mil dólares por ano — algo como 25 mil reais por mês. Já uma experiência mais moderada de felicidade, que os estudiosos chamam de “bem-estar emocional”, exige menos: algo entre 60 mil e 75 mil dólares (ou 20 mil reais mensais).  

Essas são apenas médias globais. Dependendo da região onde você vive, os valores podem variar drasticamente. Na América Latina, o profissional que ganhar 35 mil dólares por ano (ou 9,5 mil reais por mês) terá um nível intenso de felicidade com a vida.

Nos países mais ricos, é preciso ganhar mais para se satisfazer. Na Nova Zelândia e na Austrália, por exemplo, o valor ideal para “satisfação máxima” é 125 mil dólares anuais, o que corresponde a mais de 34 mil reais mensais.  

Isso porque a autopercepção tende a ser influenciada pela comparação: quanto mais rica a sociedade como um todo, maiores as expectativas de cada indivíduo quanto às próprias finanças, explicam os pesquisadores.

Uma vez ultrapassado esse limite, porém, os profissionais “excessivamente” bem remunerados veem sua felicidade diminuir — pelo menos na América Latina e em outras 4 das 9 regiões estudadas.

O decréscimo na satisfação não é percebido nas emoções cotidianas, mas na avaliação geral da sua própria vida. Isso acontece porque profissionais extremamente bem pagos começam a se preocupar mais em se comparar a seus colegas — um tipo de competitividade que atrapalha o bem-estar.

“A remuneração é só um ingrediente da felicidade, e estamos aprendendo cada vez mais sobre os limites do dinheiro”, concluem os pesquisadores.

Veja a seguir os valores ideais para a satisfação com a vida, de acordo com a região estudada:

RegiãoSalário ideal para a felicidade (em dólares/ano)
Média global95 mil
Europa Ocidental e Escandinávia10 mil
Europa Oriental e Bálcãs45 mil
Austrália e Nova Zelândia125 mil
Sudeste Asiático70 mil
Ásia Oriental110 mil
América Latina e Caribe35 mil
América do Norte105 mil
Oriente Médio e Norte da África115 mil
África Subsariana40 mil
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