Cheque e cartão são complementares, não excludentes (Michael Kooiman/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2013 às 13h52.
São Paulo - Quando o vendedor pergunta se você quer pagar uma compra com cheque ou cartão de crédito, pare e pense. A resposta não deve considerar só sua preferência, mas, principalmente, os benefícios oferecidos por quem está vendendo o que você procura.
"Quem paga com cheque tem que pedir desconto", diz José Kobori, professor de finanças do Insper, em Brasília. Para cada compra, os cartões de crédito cobram taxas que variam de 3% a 6%, e esse percentual deveria ser descontado do preço final do produto para quem faz o pagamento com cheque ou dinheiro.
"Se não tiver o desconto, o melhor é usar o cartão", diz. "Eu mesmo uso poucas vezes o cheque. Aliás, a tendência é que, aos poucos, ele suma", diz o professor.
Essa é uma previsão que parece, ano a ano, ir se confirmando. De acordo com o Banco Central, entre 2005 e 2010, o uso do cheque como meio de pagamento caiu 34%, enquanto o uso do cartão de crédito subiu 121%.
O cartão de débito é usado em 34% dos casos. “O cartão oferece prazo maior de pagamento, além de ser mais fácil de usar, transportar e ser aceito em praticamente todo lugar”, diz Cláudio Yamaguti, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), em São Paulo.
Mas, apesar da concorrência acirrada com o cartão de crédito, o cheque não saiu de moda. Em volume financeiro, ele continua sendo mais usado — em 2010 foram emitidos 1,1 trilhão de reais em cheques, valor 3,3 vezes maior do que o das compras feitas com cartões de plástico.
Então, qual a melhor opção para fazer pagamentos? "A questão não é qual é o pior ou melhor, mas sim saber usar os dois a seu favor e adotar um ou outro de acordo com sua necessidade", diz Carlos Henrique Almeida, economista da Serasa Experian, em São Paulo.
"Cheque e cartão são complementares e não excludentes", diz Carlos. Mas você deve saber que precisa controlar seus gastos para evitar o pagamento de juros — o do cheque especial e o do cartão de crédito variam entre 8% e 12% ao mês, que significa taxa de mais de 130% ao ano. O que, digamos, pode destruir qualquer orçamento, inclusive o seu.