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Chefes tóxicos: veja 4 dicas para sobreviver a eles e proteger a sua saúde mental

Nascisistas, desrespeitosos e manipuladores, esse tipo de liderança drena a motivação e produtividade das equipes e são associados a problemas de saúde mental como burnout e estresse pós-traumático

Os chefes tóxicos se apresentam sob facetas e perfis variados, que vão desde os microgerenciadores até aqueles com perfil ausente e manipulador. (sorbetto/Getty Images)

Os chefes tóxicos se apresentam sob facetas e perfis variados, que vão desde os microgerenciadores até aqueles com perfil ausente e manipulador. (sorbetto/Getty Images)

Joaquim Santini
Joaquim Santini

Pesquisador, consultor e palestrante sobre a vida organizacional

Publicado em 3 de outubro de 2024 às 10h26.

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A máxima "as pessoas não deixam empregos ruins, elas deixam chefes ruins" nunca foi tão atual. Em um mundo cada vez mais competitivo e estressante, a qualidade da liderança tem um impacto direto no bem-estar e no desempenho dos funcionários. Chefes tóxicos, com seus comportamentos narcisistas, controladores e abusivos, têm se tornado uma realidade preocupante em muitas empresas. As consequências para a saúde mental são alarmantes: ansiedade crônica, depressão, problemas de sono e até envelhecimento prematuro - mas o que fazer quando se está preso sob uma liderança tóxica?

Como identificar se o seu chefe é tóxico?

Os chefes tóxicos se apresentam sob facetas e perfis variados, que vão desde os microgerenciadores até aqueles com perfil ausente e manipulador. O que eles têm em comum é a capacidade de criar um ambiente de trabalho hostil, pautado por expectativas irrealistas, falta de apoio e desrespeito aos limites entre vida pessoal e profissional. Pesquisas têm associado esses ambientes tóxicos a uma série de problemas de saúde mental, como burnout, estresse pós-traumático e até ideações suicidas.

O impacto negativo desses chefes vai além do indivíduo, contaminando todo o clima organizacional. Suas demandas abusivas drenam a motivação e produtividade das equipes, levando a alta rotatividade e absenteísmo. Quando esses líderes estimulam a competição predatória entre colegas, a colaboração dá lugar à desconfiança e traição. O resultado é um círculo vicioso de toxicidade que prejudica a saúde da empresa como um todo.

4 posicionamentos para sobreviver a um chefe tóxico

Diante desse cenário desafiador, como sobreviver a um chefe tóxico sem sacrificar sua saúde mental?

  • Estabeleça limites - O primeiro passo é estabelecer limites claros, explicando respeitosamente o que você está ou não disposto a fazer. Uma conversa franca sobre expectativas realistas de carga de trabalho e prazos pode ajudar a alinhar expectativas. Aproveite também para buscar entender as pressões que seu chefe está sofrendo - isso pode abrir caminho para soluções de ganho mútuo.
  • Feedback com apoio do RH - Se estabelecer limites não for suficiente, talvez seja hora de dar um feedback ascendente sobre o estilo de liderança problemático. Prepare-se para uma conversa delicada, reunindo exemplos concretos do comportamento disfuncional e seu impacto no desempenho e bem-estar da equipe. Busque o apoio do RH para mediar esse diálogo difícil e ofereça sugestões construtivas de melhoria.
  • Mudança de área ou equipe - Caso você goste da empresa, mas não veja possibilidade de mudança do chefe, cogite buscar uma transferência interna para outras áreas. Sinalize discretamente a líderes de outros departamentos que você está aberto a novos desafios, destacando suas forças e realizações - mas cuidado para não falar mal de seu chefe atual nesse processo.
  • Avaliar pedir demissão - Se nada disso funcionar e sua saúde mental continuar deteriorando, talvez seja hora de reconhecer que a saída é a melhor opção. Pesquise sobre empresas que priorizem o bem-estar dos funcionários e onde suas habilidades sejam valorizadas - mas não se esqueça de avaliar bem a cultura do novo local, para não cair nas garras de outro chefe tóxico. Se esse for o caminho, lembre-se que você não está sozinho nessa jornada. Procure o apoio de mentores ou coach para reavaliar suas opções de carreira. Eles podem te guiar rumo a oportunidades mais gratificantes, onde sua saúde mental seja prioridade.

Chefes tóxicos representam um alto custo para a saúde mental dos indivíduos e para a saúde organizacional como um todo. Ninguém deve ter que sacrificar seu bem-estar por um trabalho abusivo. Estabelecer limites, buscar apoio e saber reconhecer quando é hora de partir são passos essenciais para sobreviver a esses ambientes hostis. Mas mais do que apenas sobreviver, precisamos coletivamente criar uma cultura de trabalho mais empática e saudável, onde líderes tóxicos não tenham espaço. Afinal, investir na saúde mental é investir no potencial humano - e isso beneficia a todos.

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