Carreira

Chefes querem retorno ao escritório, mas subordinados nem tanto

Uma pesquisa da Accenture com 400 executivos de serviços financeiros na América do Norte revelou que quase 80% preferem que os funcionários trabalhem de quatro a cinco dias nos escritórios quando a pandemia acabar

Uma pesquisa da Accenture com 400 executivos de serviços financeiros na América do Norte revelou que quase 80% preferem que os funcionários trabalhem de quatro a cinco dias nos escritórios quando a pandemia acabar (SophonK/Getty Images)

Uma pesquisa da Accenture com 400 executivos de serviços financeiros na América do Norte revelou que quase 80% preferem que os funcionários trabalhem de quatro a cinco dias nos escritórios quando a pandemia acabar (SophonK/Getty Images)

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Leo Branco

Publicado em 5 de maio de 2021 às 08h53.

Os chefes de bancos querem deixar o trabalho remoto no passado.

Uma pesquisa da Accenture com 400 executivos de serviços financeiros na América do Norte revelou que quase 80% preferem que os funcionários trabalhem de quatro a cinco dias nos escritórios quando a pandemia acabar. A maioria afirma que o trabalho remoto tem dificultado o treinamento de jovens e prejudicado a cultura corporativa.

Há apenas um problema: muitos funcionários desejam manter a flexibilidade depois de provar que podem permanecer produtivos em casa, dizem executivos da Accenture.

“Temos visto executivos sêniores sentados em seus escritórios e sem ninguém atrás deles”, disse Laurie McGraw, que lidera a equipe de mercado de capitais da Accenture na América do Norte. “E vemos profissionais iniciantes famintos por interação presencial, porque precisam ser treinados em uma base mais regular. E há muita gente no meio que está satisfeita de estar em casa.”

Depois de mais de um ano de trabalho remoto, os planos de retorno aos escritórios estão cada vez mais claros com vacinações mais rápidas nos EUA e suspensão das restrições nas cidades. Na semana passada, o JPMorgan Chase se tornou o primeiro grande banco a exigir o retorno dos funcionários aos escritórios nos próximos meses. E o Goldman Sachs planeja dizer aos empregados que devem se preparar para voltar em meados de junho, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

Mas o esforço para repovoar os escritórios pode desagradar alguns funcionários, especialmente porque segue um ano em que banqueiros geraram lucros recordes para as empresas. Muitos veem pouca necessidade de se deslocar ao trabalho após mostrar tanta produtividade e, provavelmente, resistirão a um retorno em tempo integral, disse Rob Dicks, líder de talentos e organização da Accenture para mercados de capitais.

“Os bancos terão que trabalhar com a mensagem ‘por que’ antes de sabermos o que vai acontecer”, disse.

A flexibilidade pode ser a chave para reter uma parte importante da força de trabalho do setor financeiro: as mulheres. Em outra pesquisa separada com 500 mulheres que trabalham em finanças nos EUA, a Accenture descobriu que 29% deixaram seus empregos de forma temporária ou permanente durante a pandemia. Uma parcela de 34% ainda pensa em deixar o emprego.

Isso é um revés para um setor dominado por homens que há muito tempo busca promover e reter mulheres como parte de seus esforços de diversidade.

“Descobrimos que o único atributo que a maioria das empresas pode oferecer para reter mulheres é a flexibilidade no horário de trabalho”, disse McGraw. “Então acho que, se as empresas realmente fornecerem isso, serão capazes de reter mulheres que ainda não saíram e trazer as mulheres de que tanto precisam.”

Menos escritórios

Há um sinal de desconexão entre o que os chefes desejam para o trabalho no escritório e a realidade que esperam, pois muitos empregadores avaliam reduzir a pegada imobiliária. Quase 65% dos executivos entrevistados disseram que suas empresas planejam diminuir o espaço dos escritórios entre 11% e 40% nos próximos nove meses, segundo a Accenture.

Mais da metade também planeja transferir trabalhadores para novos locais de custo mais baixo, enquanto 9% disseram que fechariam matrizes em um mercado importante. Mais de 20% dos executivos entrevistados disseram que fariam as duas coisas.

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