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CFOs viram liderança-chave na era de inflação e juros altos

Durante a pandemia, muitos CEOs encaravam seus CFOs como técnicos, em vez de líderes em uma crise, disse Chris Gaunt

CFOs: a procura por CFOs aumentou em quase um terço em relação ao mesmo período do ano passado (oatawa/iStockphoto)

CFOs: a procura por CFOs aumentou em quase um terço em relação ao mesmo período do ano passado (oatawa/iStockphoto)

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Bloomberg

Publicado em 26 de janeiro de 2023 às 14h11.

Última atualização em 26 de janeiro de 2023 às 15h45.

Não faltam apenas caminhoneiros e enfermeiros. Em vários países, a escassez de mão de obra mais aguda para muitas empresas agora é o diretor financeiro.

A procura por CFOs em toda a Europa, Oriente Médio e África aumentou em quase um terço em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a empresa de busca por executivos Spencer Stuart. Com o fim do dinheiro fácil e inflação e juros mais altos, as empresas estão exigindo mais de seus diretores financeiros.

Durante a pandemia, muitos CEOs encaravam seus CFOs como técnicos, em vez de líderes em uma crise, disse Chris Gaunt, que lidera a busca por diretores financeiros da Spencer Stuart na Europa.

Agora que as empresas procuram se atualizar, houve uma série de mudanças de CFOs em várias grandes empresas. Mas bons diretores financeiros são difíceis de encontrar, de acordo com Rebecca Morland, co-chefe global de caça a talentos dessa área na Korn Ferry. Muitos executivos na casa dos 50 anos em países desenvolvidos nunca tiveram de liderar em um ambiente como o atual.

“O CFO não apenas administra as finanças como também é quase o vice-CEO e, em muitos contextos, também é o diretor de transformação”, disse Morland. “É um momento bastante desafiador e exigente.”

Eles precisam lidar com perspectivas econômicas que poucos imaginavam antes da pandemia.

François-Xavier Roger, CFO da Nestlé, rechaça a visão de que os CFOs estão lá só para contar moedas. Seu trabalho é “manter a calma” e olhar para o longo prazo. Uma parte crítica da função é garantir a liquidez — e imaginar todos os resultados possíveis.

No início da pandemia, a Nestlé não precisava levantar dinheiro, mas o chefe de finanças conseguiu linhas de crédito mesmo assim. “Quando entramos nessa crise, não tínhamos certeza de para onde o mundo estava indo”, disse ele. “Como CFO, você precisa se preparar para o pior cenário.”

Nos próximos meses, à medida que as empresas buscam novos financiamentos, os CFOs terão cada vez mais de provar seu valor. Os bancos se tornarão mais exigentes nas condições dos empréstimos. O crédito ficou muito mais caro. Mesmo as empresas que tiveram a sorte de levantar dinheiro quando as taxas estavam baixas terão de enfrentar o desafio de investir para expandir seus negócios.

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