Carreira

CEOs têm o pior índice de confiança e isso preocupa

"Precisamos de líderes em quem podemos confiar", escreve Sofia Esteves, da Cia. de Talentos

Homem desconfiado (LittleBee80/Thinkstock/Thinkstock)

Homem desconfiado (LittleBee80/Thinkstock/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 12h16.

Pensar o futuro do trabalho sempre foi importante, mas acredito que ninguém duvide que a relevânica cresceu nestes últimos anos. As empresas passaram a operar em um ambiente muito mais complexo, volátil e competitivo do que em qualquer outro momento da história e estão sendo forçadas a repensar seus modelos de negócio.

Neste cenário, a previsibilidade é limitada e não tem como sabermos todas as respostas. E tudo bem, realmente não precisamos saber a solução para tudo! Mas não podemos nos contentar com o ´não saber´, temos que aprender a fazer boas - e novas perguntas - que nos ajudem a construir a solução que precisamos, e disso não temos como fugir. O “nós” significa eu, você, as pessoas que representam as empresas, as pessoas que representam as escolas e universidades, as pessoas que representam o governo e tantas outras.

E as novas perguntas e respostas precisam ser sobre modelos de negócios, mas também sobre carreira, porque elas caminham juntos. Somos líderes, mas também somos profissionais. Somos colaboradores, mas também somos responsáveis pelos resultados do negócio. A criação de um futuro positivo para nós, nossas equipes e nossas organizações não é algo que simplesmente acontece, exige trabalho árduo de todos e, principalmente, um novo mindset na maneira de gerir empresas e pessoas.

A Cia de Talentos realiza há 19 anos a pesquisa Carreira dos Sonhos, considerado o maior estudo sobre carreira da América Latina. Em 2018, a edição brasileira contou com mais de 87 mil respostas de profissionais de todas as regiões do país e elas relatam a necessidade desta mudança de mindset: 79% dos jovens, 83% da média gestão e 81% da alta liderança acreditam que as empresas precisam trocar os modelos hierárquicos e pouco participativos, por uma liderança distribuída, inclusiva e colaborativa.

Mudanças como esta exigem o comprometimento de todos os colaboradores de uma organização e sabemos que engajamento só floresce em ambientes confiáveis. A confiança leva à lealdade. E a lealdade leva as pessoas a fazerem o seu melhor para oferecer resultados positivos para a empresa.

Podemos dizer então que as transformações que precisamos fazer só acontecerão se houver confiança. E sabemos bem que vivemos em uma época em que não está fácil confiar, seja no governo, nas empresas ou nas pessoas. No mesmo estudo citado acima, perguntamos o quanto as pessoas confiavam na empresa em que trabalham, no CEO/presidente, na alta liderança, no líder direto e nos colegas de trabalho.

Os que tem o menor índice de confiança são os CEO/Presidente e a alta liderança das empresas.

 

Você confia:

Jovens

Média Gestão

Alta Liderança

Na empresa que trabalha

66%

65%

71%

No CEO/Presidente da empresa

54%

55%

63%

Na alta liderança da empresa

50%

44%

54%

No seu líder direto

75%

64%

65%

Nos seus colegas de trabalho

63%

57%

65%

 

Este dado é preocupante porque as mudanças passaram a ser uma constante em nossas vidas e precisamos de líderes que nos inspirem a ir adiante. Não precisamos de heróis ou sabe-tudo, precisamos de líderes em quem podemos confiar. Acreditar que o que ele diz é verdade e que suas ações serão coerentes com sua fala.

O que estou querendo dizer até aqui é que velhas rotas nunca vão traçar novos caminhos! O mundo do trabalho precisa de profissionais engajados, comprometidos, que tenham um desempenho diferenciado. Estas características não podem ser compradas, precisam ser cultivadas e só prosperam em ambientes marcados pela cultura transparente e capazes de integrar às necessidades dos negócios com as necessidades das pessoas.

Precisamos construir outras rotas e isso só será possível a partir de novas e múltiplas perspectivas. Qual é o seu olhar sobre tudo isso?

A edição 2019 da pesquisa já está no ar e ela é a maneira que encontramos para conhecer as múltiplas visões das pessoas sobre o presente e o futuro do trabalho. A sua perspectiva sobre tudo isso faz diferença, então deixo aqui o convite: responda a pesquisa (http://bit.ly/CS2019_imprensa) e em junho compartilharemos os resultados que certamente vão nos ajudar a construir o futuro que queremos ver.

 

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