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CEOs não param de repetir essas 4 palavras em conferências de resultados

Incertezas e estratégias para mitigar riscos dominam as conferências de presidentes nos EUA e revelam como a política está moldando o discurso corporativo em 2025

Donald Trump foi o nome mais citado nas conferências dos Estados Unidos; logo depois aparecem mais 3 palavras  (Andrew Harnik/AFP)

Donald Trump foi o nome mais citado nas conferências dos Estados Unidos; logo depois aparecem mais 3 palavras (Andrew Harnik/AFP)

Publicado em 25 de abril de 2025 às 11h51.

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Uma nova tendência vem se destacando nas chamadas de resultados com CEOs nos Estados Unidos, segundo matéria da Business Insider — e ela tem nome e sobrenome: Donald Trump.

De acordo com uma análise do veículo norte-americano, com base em transcrições da plataforma AlphaSense, o nome do ex-presidente americano foi citado em 88 conferências de resultados nos últimos 30 dias, contra apenas 5 menções no mesmo período do ano passado. Essa explosão de referências acontece em meio à retomada do protagonismo político de Trump, já no primeiro trimestre de um possível segundo mandato.

Quem puxou o coro foi Gary Friedman, CEO da varejista de móveis Restoration Hardware (RH), que mencionou Trump quatro vezes na conferência do dia 2 de abril. O motivo? As tarifas alfandegárias anunciadas por Trump, conhecidas como “tarifas do Dia da Libertação”, que impactaram diretamente os negócios da companhia. Ao ver as ações da RH despencarem 26% após os anúncios, Friedman reagiu ao vivo com um espontâneo “Oh, sh—t”.

A palavra da vez: tarifas

Mas não foi só o nome do ex-presidente que dominou as conversas com investidores. A palavra “tarifas” se tornou um verdadeiro mantra no vocabulário dos executivos. Foram 569 menções em chamadas de resultados nos últimos 30 dias, contra 58 no mesmo período do ano anterior.

Só o CEO da Whirlpool, Marc Bitzer, usou a palavra 50 vezes. Na avaliação dele, as tarifas representam uma oportunidade de mercado: “Elas finalmente ajudarão a criar um campo de jogo equilibrado para a Whirlpool”, afirmou.

Outras companhias seguiram a mesma linha:

  • A Hasbro (brinquedos e jogos) mencionou tarifas 35 vezes.
  • A Procter & Gamble (bens de consumo) citou o termo 26 vezes.
  • O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, falou em tarifas cinco vezes — e aproveitou para corrigir declarações anteriores, nas quais havia minimizado o impacto das medidas protecionistas. “Gostaria de não ter dito aquilo. Estava me referindo às tarifas de segurança nacional. Talvez elas sejam mesmo necessárias”, reconheceu.

Elon Musk, CEO da Tesla e conselheiro informal de Trump, tratou de se isentar: “A decisão das tarifas é inteiramente do presidente dos Estados Unidos. Posso aconselhá-lo, mas a decisão é dele”, disse Musk em sua conferência com investidores.

Além de Trump e tarifas: palavras que revelam o clima corporativo

Outros termos que ganharam protagonismo nos discursos corporativos:

  • Mitigar: usado 209 vezes nos últimos 30 dias, contra 131 no ano anterior.
  • Incerteza: citado em 486 ocasiões, frente a 284 no mesmo período de 2024.

A frequência dessas palavras revela o sentimento dominante entre os CEOs: cautela, adaptação e atenção redobrada aos desdobramentos políticos e econômicos. Para líderes empresariais e profissionais de todas as áreas, esse movimento mostra a importância de desenvolver uma comunicação estratégica, capaz de traduzir incertezas em oportunidades e decisões assertivas.

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