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CEO do Santander diz que um ato covarde foi pior erro na carreira

Sergio Rial disse que um pedido de demissão que classificou como covarde foi seu maior erro na vida profissional

Sergio Rial:  executivo morou fora do Brasil mais de 20 anos (Santander/Divulgação)

Sergio Rial: executivo morou fora do Brasil mais de 20 anos (Santander/Divulgação)

Camila Pati

Camila Pati

Publicado em 10 de março de 2018 às 06h00.

Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 12h05.

São Paulo - Hoje com 57 anos, o presidente do Santander no Brasil, Sergio Rial não tinha nem 40 anos quando assumiu uma cadeira no conselho de administração do ABN Amro. O executivo trabalhou no banco holandês por duas décadas de sua vida profissional.

“Cheguei muito cedo ao conselho de administração, aos 39 anos, e eu via que o banco ia para um lugar ruim”, contou para uma plateia majoritariamente feminina durante reunião do o Grupo Mulheres do Brasil, rede presidida pela empresária Luiza Trajano, realizada semana passada, na sede do banco Santander, em São Paulo.

“A história é assim. Fiz parte do grupo do ABN que comprou o Banco Real (em 1998) e a vida segue, eu volto para o Brasil e está aqui o Banco Real entre outras coisas. É uma ligação espiritual”, disse.

De fato, contou Rial, o ABN Amro acabou sendo vendido em 2007 a um consórcio formado pelo britânico RBS (Royal Bank of Scotland), o belga-holandês Fortis e o Santander, e seguiu uma trajetória inusitada. Em 2008, foi nacionalizado pelo Estado holandês e em 2015 parcialmente privatizado.

Rial deixou o banco antes, em 2002. “Eu pedi demissão depois de 20 anos. Achei que fui covarde. Deixei muita gente que ficou até o final do processo e eu pulei do barco. Olhando para trás eu vejo que cheguei à praia, mas muita gente morreu no mar”, disse.

Sergio Rial também contou que fugiu da sua família

O executivo também revelou durante a reunião que um grande erro da sua vida foi ter fugido da sua família. “ Saí do Brasil muito cedo, em 1988, e fiquei 25 anos fora. Boa parte da razão dessa saída, além da missão profissional, também era uma fuga”, contou.

A complexidade das relações familiares lhe era demasiadamente difícil. “A família é o alicerce, mas também pode se transformar no seu grande inferno, no sentido de que as vezes somos imaturos demais para lidar com tanta coisa, com tanto amor, ou, simplesmente, limitados ”, disse.

Pesou na decisão de deixar o Brasil, a expectativa de seus pais em relação a ele. “ Havia uma conformidade esperada. Eu não queria nada disso queria me libertar e seguir minha vida e me criar no sentido positivo”, contou.

No entanto, ele confessou que hoje vê que perdeu muitas experiências morando tanto tempo fora. “Aos 28 anos de idade, por imaturidade abri mão de muita coisa que poderia ter vivido de maneira diferente”, contou.

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